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Experiência aproxima família, dizem maridos
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro Wagner Santos
Gil, 39, está passando pela experiência de ser pai-canguru e
conta que, quando começou, tinha medo de segurar Gabriel,
que nasceu em 1º de maio com
29 semanas e pesando 1,28 quilo. "Ele tinha um terço do peso
normal e não tive dúvidas na
hora de entrar no programa.
Estava ansioso para pegá-lo no
colo, mas ele parecia um bibelô
de cristal. Eu tinha receio de fazer alguma coisa errada."
Agora, Gabriel tem 2,36 quilos e deve ter alta em 15 dias.
"Já decidi que vou comemorar
dois aniversários dele: o dia do
nascimento e o dia da alta. Tudo será motivo para festa."
Gil vai todos os dias ao hospital, pelo menos duas vezes.
"Meu horário é mais flexível,
consegui adaptá-lo. Fico contando as horas para vê-lo. Fico
olhando, querendo que ele fale
para mim, como se ele já pudesse falar!"
O cardiologista Victor Issa,
32, outro pai-canguru, tem de
se virar em três. Há um ano,
nasceram Clara, Helena e Lívia,
de sete meses. Durante 40 dias,
elas ficaram na maternidade e
Victor e a mulher se revezavam
para cuidar das três.
Uma das meninas não conseguia ganhar peso de jeito nenhum, até que o pai passou a
dedicar mais tempo a ela. Em
poucos dias, a menina engordou. "A emoção é inexplicável.
Quando vimos as três em casa,
foi mais do que um sonho."
Wagner Molina, 44, pôde parar de trabalhar por um tempo
e acompanhar cada vitória que
a filha conquistou no seu colo.
Por 98 dias, ele carregou Júlia,
hoje com um ano, para que ela
se desenvolvesse melhor. A menina nasceu com 26 semanas e
chegou a pesar 714 gramas. Era
tão pequenininha que cabia
com folga em sua mão.
Molina fez questão de dividir
a tarefa de ser um "canguru"
com a mulher. "Foi a coisa mais
emocionante que fiz na vida. A
gente criou um vínculo tão
grande que hoje entendo melhor a relação das mães com os
filhos. O contato físico é fundamental para que um bebê tão
pequeno sinta o seu amor", diz.
Cineasta, ele filmará toda a
história. O que era para ser um
curta-metragem virará um longa. "Temos de incentivar o projeto e encorajar mais homens a
participar dessa experiência."
Pais-coruja como Victor e
Wagner foram os que levaram o
hospital São Luiz a abrir o projeto para os homens. "Ficamos
imaginando se faria bem ao bebê, se ele criaria logo um vínculo com o pai", lembra a coordenadora do curso de gestantes
do hospital, Márcia Regina da
Silva. "Percebemos o quanto é
importante para a criança o
contato tanto com o pai quanto
com a mãe." No ano passado,
conta, só 5% dos pais não participaram do programa.
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