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PLANTÃO MÉDICO
Morte súbita tem diferentes causas
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
A morte súbita é a conseqüência de uma parada cardíaca. Apesar de ser rotulado
com freqüência, o infarto nem
sempre é o principal responsável pelo episódio.
A maioria das mortes súbitas cardíacas são devidas à
doença aterosclerótica das coronárias (deposição de placas
de gordura na artéria), responsável por 80% dos casos
de arritmia fatal, como assinalam os médicos Sheharyar Ali
e Eduardo S. Antezano na revista "South Medical Journal". Essas mortes podem
ocorrer sem doença do coração conhecida. Outras mortes
súbitas cardíacas podem ter
relação com a disfunção do
músculo cardíaco, problemas
nas válvulas e doenças congênitas ou genéticas (cardiomiopatia hipertrófica).
Algumas vezes, um engasgo
provocado por um naco de
carne obstrui a via respiratória, provoca a parada respiratória e a conseqüente parada
cardíaca fatal. A pessoa fica
agitada, não consegue falar e
as pessoas ao lado pensam em
ataque cardíaco. Ela morre
com o diagnóstico de infarto.
A asma com freqüência tem
relação com a morte súbita.
Estudos mostram que a incidência de complicações cardiovasculares aumenta em asmáticos. Para Surovi Hazarika
e colaboradores do Departamento de Fisiologia da Universidade East Carolina
(EUA), a inflamação das vias
aéreas eleva a chance de infarto, sem relação com o remédio
usada no tratamento da asma.
Não é o que acontece, segundo a professora Shelley
Salpeter, da Universidade de
Stanford (EUA), que analisa o
problema no último número
da revista "Annals of Internal
Medicine". Ela diz que as
mortes súbitas relacionadas
com asma geralmente ocorrem em adultos jovens sadios.
"Estimamos que 4.000 das
5.000 mortes ocorridas nos
EUA a cada ano são realmente
provocadas pelo uso de (drogas) beta-agonistas, e insistimos que esses agentes devem
ser retirados do mercado". As
drogas a que ela se refere são o
salmeterol (nome comercial:
Serevent e Advair, do Laboratório GlaxoSmithKline) e formoterol (Foradil, do Laboratório Novartis).
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