THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A despeito do risco de contaminação pela gripe suína, brasileiros mantinham ontem a rotina de compras e passeios na rua Florida, principal centro comercial de Buenos Aires, sob um frio de 10C.
A temporada de inverno (junho e julho) é quando a Argentina recebe mais turistas brasileiros. Foram 104 mil no ano passado, que marcou recorde histórico de visitação de brasileiros ao país vizinho -583 mil pessoas, aumento de 18% ante 2007, ano do boom do turismo brasileiro na Argentina.
Dos 12 brasileiros ouvidos ontem em Buenos Aires, um grupo de amigas do Rio de Janeiro e de São Paulo foi o único a manifestar preocupação.
Informadas por parentes da recomendação feita pelo Brasil, lavam as mãos a cada duas horas e evitam aglomerações. "Estamos preocupadas, mas não vamos alterar a viagem porque só faltam dois dias", disse a comerciante Maria Duque, 45.
Um casal de paulistanos da Mooca dizia ver "exagero" na divulgação da enfermidade. "Estão colocando a população em pânico", disse Cláudio Sartori, 53, que recebera ligação do filho alertando sobre mortes no país pela gripe.
Operadores de turismo e hotéis consultados pela reportagem dizem que o surto de gripe e a recomendação do governo brasileiro até agora não afetaram a temporada turística.
O supervisor de uma empresa, que pediu para não ser identificado, disse que em junho já houve 10,8 mil reservas de brasileiros somente para a capital argentina -aumento de 20% ante 2008. Até ontem não havia registro de cancelamentos.
Um operador de turismo receptivo em Bariloche -destino de boa parte dos brasileiros que visitam a Argentina no inverno- disse que a orientação brasileira preocupa, porque os brasileiros são os estrangeiros que mais visitam a região.


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