São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

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Abdelmassih pede que indiciamento seja anulado

Médico especialista em reprodução assistida é suspeito de crimes sexuais contra pacientes

Alegação é que polícia não respeitou decisão do STF para que a defesa tivesse acesso a todas provas do inquérito antes de o médico depor


DA REPORTAGEM LOCAL

Os advogados de defesa do médico Roger Abdelmassih, 65, um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país, entraram ontem no STF (Supremo Tribunal Federal) com um pedido de anulação de seu indiciamento.
Abdelmassih foi indiciado anteontem pela Polícia Civil de São Paulo suspeito dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra ex-pacientes. Ao menos 60 mulheres que afirmam ter sido pacientes dele dizem ter sofrido crimes sexuais durante as consultas.
Com o indiciamento, a Polícia Civil aponta o médico como responsável pelos crimes, por acreditar que há indícios para isso. Abdelmassih já negou as acusações por diversas vezes.
De acordo com o advogado Adriano Vanni, um dos defensores de Abdelmassih, a polícia não respeitou uma determinação do Supremo de que a defesa tivesse acesso a todas as provas existentes no inquérito antes de seu depoimento.
O advogado diz que a polícia apresentou anteontem, durante o depoimento do médico, o nome de mais quatro supostas vítimas, que não constavam no processo, mas sem o teor das declarações prestadas por elas.
"Para burlar a determinação do Supremo, eles me deram os nomes, mas não me deram os depoimentos. Para dizer: "Mandou dar nome, nome eu dei". Com certeza o Supremo vai perceber isso e vai mandar voltar atrás. Ou suspender o indiciamento ou determinar a paralisação do inquérito até que venham as precatórias (depoimentos) e determinar que ele seja ouvido mais uma vez."
De acordo com a Promotoria, a defesa teve acesso a todas as provas existentes no inquérito, com exceção apenas dos depoimentos que estão sendo encaminhados a São Paulo de outras partes do país.
A delegada Celi Paulino Carlota disse, por meio da Secretaria da Segurança Pública, que tudo foi realizado "de acordo com as leis vigentes, incluindo as decisões do STF".
(ROGÉRIO PAGNAN)


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