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Abdelmassih pede que indiciamento seja anulado
Médico especialista em reprodução assistida é suspeito de crimes sexuais contra pacientes
Alegação é que polícia não respeitou decisão do STF para que a defesa tivesse acesso a todas provas do inquérito antes de o médico depor
DA REPORTAGEM LOCAL
Os advogados de defesa do
médico Roger Abdelmassih, 65,
um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida
do país, entraram ontem no
STF (Supremo Tribunal Federal) com um pedido de anulação de seu indiciamento.
Abdelmassih foi indiciado
anteontem pela Polícia Civil de
São Paulo suspeito dos crimes
de estupro e atentado violento
ao pudor contra ex-pacientes.
Ao menos 60 mulheres que
afirmam ter sido pacientes dele
dizem ter sofrido crimes sexuais durante as consultas.
Com o indiciamento, a Polícia Civil aponta o médico como
responsável pelos crimes, por
acreditar que há indícios para
isso. Abdelmassih já negou as
acusações por diversas vezes.
De acordo com o advogado
Adriano Vanni, um dos defensores de Abdelmassih, a polícia
não respeitou uma determinação do Supremo de que a defesa
tivesse acesso a todas as provas
existentes no inquérito antes
de seu depoimento.
O advogado diz que a polícia
apresentou anteontem, durante o depoimento do médico, o
nome de mais quatro supostas
vítimas, que não constavam no
processo, mas sem o teor das
declarações prestadas por elas.
"Para burlar a determinação
do Supremo, eles me deram os
nomes, mas não me deram os
depoimentos. Para dizer: "Mandou dar nome, nome eu dei".
Com certeza o Supremo vai
perceber isso e vai mandar voltar atrás. Ou suspender o indiciamento ou determinar a paralisação do inquérito até que
venham as precatórias (depoimentos) e determinar que ele
seja ouvido mais uma vez."
De acordo com a Promotoria,
a defesa teve acesso a todas as
provas existentes no inquérito,
com exceção apenas dos depoimentos que estão sendo encaminhados a São Paulo de outras
partes do país.
A delegada Celi Paulino Carlota disse, por meio da Secretaria da Segurança Pública, que
tudo foi realizado "de acordo
com as leis vigentes, incluindo
as decisões do STF".
(ROGÉRIO PAGNAN)
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