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Com Collor, Lula chora e anuncia ajuda sem limite
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A PALMARES (PE)
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A RIO LARGO (AL)
Em visita a cidades destruídas em Pernambuco e
Alagoas, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva circulou
acompanhado do ex-presidente Fernando Collor, andou na lama em meio a destroços e chorou.
Na viagem, o presidente
prometeu ajuda "sem limite"
e anunciou a imediata liberação de R$ 550 milhões para
ações de socorro e reconstrução das cidades destruídas.
Disse também que a liberação de mais dinheiro depende de projetos que devem ser
elaborados pelas prefeituras.
A viagem aconteceu uma
semana depois do início da
tragédia, quando as primeiras pessoas morreram. Questionado, Lula disse que não
considera ter demorado para
visitar os locais afetados.
Ele disse que foi a Palmares (PE) e Rio Largo (AL) para
"sentir o drama" dos flagelados da tragédia, que comparou com o terremoto que
atingiu o Haiti em janeiro.
"Eu estive há dois meses
no Haiti. Lá, acabou tudo,
mas aqui sobrou pouco", declarou ele, ao subir em um
carro aberto que o levou pelas ruas de Palmares, que fica
a 129 km de Recife.
Na cidade, Lula ouviu pedidos para que entrasse em
casas arrasadas. Pediu então
um par de botas para caminhar pelas ruas com lama.
Moradores o abraçavam e
pediam ajuda. Muitos choravam. O presidente se emocionou ao dizer: "Um cidadão
que estava ali com o pé enfiado na lama fedida podia até
xingar o presidente e o governador", disse ele.
No carro, ele continuou
vistoriando a cidade, como
se comandasse uma carreata
-atrás seguiam veículos da
comitiva e da polícia. Os moradores aplaudiam e gritavam que ele era o presidente
"que bota o pé na lama".
ALAGOAS
Na cidade de Rio Largo (a
27 km de Maceió, AL), Lula
visitou a Ilha de Angelita,
uma das áreas mais atingidas. Para chegar lá, equilibrou-se sobre um mureta de
40 cm de largura, a dois metros de altura.
Centenas de pessoas corriam atrás dele, gritando por
seu nome e tentando tocá-lo.
Além de Collor -que é pré-candidato do PTB ao governo
estadual-, Lula circulou ao
lado de Teotônio Vilela Filho
(PSDB), candidato à reeleição no cargo. Collor disse que
a visita de Lula era "um gesto
próprio de um homem que
conhece o sentimento e o coração do seu povo."
"A gente tem que ver as lágrimas que as pessoas estão
colocando para fora, para ver
que não pode ter limite de solidariedade numa situação
como essa", disse Collor.
AJUDA FINANCEIRA
Cada Estado receberá metade dos R$ 550 milhões liberados pelo governo, que também divulgou que moradores de áreas afetadas poderão sacar até 100% do FGTS.
O governo afirmou que
uma medida provisória seria
assinada ainda ontem liberando uma linha de crédito
do BNDES de R$ 1 bilhão para
empresários reconstruírem
suas instalações.
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