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TRANSPORTE
Para eles, contrato emergencial não traz perspectiva de recuperação financeira; prefeita pretende contar com os dissidentes
Empresários citam prejuízo de R$ 400 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas de ônibus dizem
que decidiram não participar da
contratação emergencial feita pelo governo Marta Suplicy por causa da falta de perspectivas de recuperação financeira do sistema.
O Transurb (sindicato das viações), em comunicado oficial distribuído à imprensa, alega acumular um prejuízo de R$ 400 milhões nos últimos 12 meses.
"A não-participação das empresas de ônibus no processo de contratação em curso ocorre exclusivamente pelo temor de se enfrentar uma aventura sem qualquer
perspectiva de poder honrar as
exigências legais decorrentes de
um novo compromisso, que não
trará um mínimo necessário para
a sobrevivência das empresas de
transporte", diz um trecho da nota enviada pelo Transurb.
Apesar disso, as empresas afirmam que "a população usuária
dos coletivos e os funcionários do
setor não sofrerão nenhum prejuízo, visto que estará garantida a
continuidade da prestação do serviço, por parte das empresas".
Contradição
O discurso foi visto como contraditório pelo secretário dos
Transportes, Carlos Zarattini, que
se reuniu com os empresários no
final da tarde de ontem. "É estranho. Eles dizem que não há equilíbrio financeiro, mas querem continuar operando sem contrato."
A estratégia dos empresários de
boicotar as novas regras é reforçada pela dificuldade da gestão
Marta Suplicy em atrair gente de
fora da capital paulista, que precisaria fazer um investimento inicial em garagens para um contrato que vai durar só seis meses.
As empresas de São Paulo beneficiadas pela mudança na forma
de remuneração acabaram aderindo ao boicote não só para pressionar a prefeitura por mais vantagens como porque não seria
conveniente comprar uma disputa com grupos que estão entre os
maiores do país -Constantino,
Ruas e Niquini, por exemplo.
Marta, porém, avalia que pode
contar com empresários dissidentes, que assumiriam as linhas
dos demais. (AI)
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