São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 2002

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TRANSPORTE

Para eles, contrato emergencial não traz perspectiva de recuperação financeira; prefeita pretende contar com os dissidentes

Empresários citam prejuízo de R$ 400 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas de ônibus dizem que decidiram não participar da contratação emergencial feita pelo governo Marta Suplicy por causa da falta de perspectivas de recuperação financeira do sistema.
O Transurb (sindicato das viações), em comunicado oficial distribuído à imprensa, alega acumular um prejuízo de R$ 400 milhões nos últimos 12 meses.
"A não-participação das empresas de ônibus no processo de contratação em curso ocorre exclusivamente pelo temor de se enfrentar uma aventura sem qualquer perspectiva de poder honrar as exigências legais decorrentes de um novo compromisso, que não trará um mínimo necessário para a sobrevivência das empresas de transporte", diz um trecho da nota enviada pelo Transurb.
Apesar disso, as empresas afirmam que "a população usuária dos coletivos e os funcionários do setor não sofrerão nenhum prejuízo, visto que estará garantida a continuidade da prestação do serviço, por parte das empresas".

Contradição
O discurso foi visto como contraditório pelo secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, que se reuniu com os empresários no final da tarde de ontem. "É estranho. Eles dizem que não há equilíbrio financeiro, mas querem continuar operando sem contrato."
A estratégia dos empresários de boicotar as novas regras é reforçada pela dificuldade da gestão Marta Suplicy em atrair gente de fora da capital paulista, que precisaria fazer um investimento inicial em garagens para um contrato que vai durar só seis meses.
As empresas de São Paulo beneficiadas pela mudança na forma de remuneração acabaram aderindo ao boicote não só para pressionar a prefeitura por mais vantagens como porque não seria conveniente comprar uma disputa com grupos que estão entre os maiores do país -Constantino, Ruas e Niquini, por exemplo.
Marta, porém, avalia que pode contar com empresários dissidentes, que assumiriam as linhas dos demais. (AI)


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