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SAÚDE
Fabricantes de medicamentos para disfunção erétil não poderão associar sua imagem a tratamentos ou remédios
Anvisa restringe propaganda de laboratórios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) determinou
a suspensão de propagandas que
relacionem imagem, logotipo e
produtos das empresas Bayer e
GlaxoSmithKline, Pfizer e Eli Lilly
do Brasil a medicamentos ou tratamentos para dificuldade de ereção e desempenho sexual.
As empresas são responsáveis,
respectivamente, pelos medicamentos Levitra, Viagra e Cialis,
vendidos para tratamento de disfunção erétil. Levitra e Cialis estão
no mercado desde o início de
maio, e o Viagra, há cinco anos.
A medida passa a vigorar a partir da próxima semana, quando
será publicada resolução no "Diário Oficial" da União. Será válida
para publicidade em todos os
meios de comunicação.
De acordo com a assessoria de
imprensa da Anvisa, a suspensão
tem o objetivo de evitar que esse
tipo de propaganda estimule o
consumo de medicamentos, a automedicação e a banalização do
uso de remédios para combater
dificuldades de ereção.
A legislação já proíbe publicidade de medicamentos com prescrição médica -que têm tarja vermelha e preta na embalagem-,
como o Cialis, Levitra e Viagra. O
estímulo ao consumo de remédios é proibido pela lei 6.360/76 e
pelo decreto 79.094.
Além disso, o uso desses produtos deve ser apenas para tratamento de doenças específicas e
com acompanhamento médico.
A partir da publicação da resolução, a empresa que descumprir
a medida pode receber uma notificação ou pagar multa, que varia
de R$ 2.000 a R$ 1,5 milhão.
Disfarce
Para a Anvisa, frases como "seu
médico sabe qual é o melhor" em
propagandas com o nome de empresas levam o consumidor a associá-las aos medicamentos.
Outra forma de publicidade que
será proibida são comerciais de
TV em que pessoas aparecem falando de seu desempenho sexual
ou em situações românticas e que
trazem o logotipo do fabricante
do remédio, mesmo que o nome
do produto não seja mencionado.
A Pfizer, por exemplo, usou o
ex-jogador Pelé em comerciais
que abordavam o problema da
disfunção erétil.
Estima-se que 54% dos brasileiros, cerca de 25 milhões, sofram
algum tipo de problema de ereção. Esse é o resultado de pesquisa
feita pelo ProSex (Projeto Sexualidade) do Hospital das Clínicas em
parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Foram entrevistados 71.503 homens de 20 a 103 anos. Patrocinado pela Pfizer, o levantamento
mostra que 1 milhão de novos casos são registrados no país anualmente.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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