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VIOLÊNCIA
Eles são suspeitos de terem matado quatro pessoas, que não tinham antecedentes criminais, no morro do Borel
5 PMs são indiciados por chacina no Rio
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
Cinco policiais militares foram
indiciados pela Polícia Civil sob a
acusação de envolvimento no assassinato de quatro pessoas, no
dia 16 de abril, no morro do Borel,
na Tijuca (zona norte do Rio).
Entre os PMs indiciados está o
tenente Rodrigo Lavandeira Pereira, que chefiava a operação.
O delegado Orlando Zaccone,
da 19ª DP, afirmou que as vítimas
foram emboscadas pelos policiais, que estavam escondidos em
cima da laje de uma casa. Os indiciamentos foram baseados em
provas periciais e no depoimento
de uma testemunha.
Na ação policial, o taxista Éverson Gonçalves Silote, 26, o estudante Carlos Magno Nascimento,
18, o mecânico Tiago Correia da
Silva, 19, e o artesão Carlos Alberto da Silva Ferreira, 21, foram
mortos. Nenhum deles tinha antecedentes criminais.
A testemunha afirmou ter reconhecido o tenente Lavandeira e os
sargentos Washington Luís Oliveira Avelino e Sidnei Pereira Barreto. O nome da testemunha não
foi divulgado pela delegacia por
motivos de segurança.
O cabo Marcos Duarte Ramalho
e o soldado Paulo Marco Rodrigues Emílio foram indiciados por
integrarem a equipe de Avelino, a
primeira a entrar na favela, segundo relato deles ao delegado.
Os 11 PMs da equipe de Lavandeira não foram indiciados. Eles
afirmaram que, ao chegarem à favela, os quatro já estavam mortos.
A operadora de máquinas Maria Dalva da Costa, 48, mãe de Tiago da Silva, afirmou que, com as
outras três famílias, pretende processar o governo do Estado.
O tenente Pereira disse à Folha,
por telefone, que não foi informado sobre o indiciamento e não falaria sobre o caso. Em depoimento, ele disse que a equipe do sargento Avelino foi recebida a tiros
e revidou. Os PMs negaram ter
subido na laje.
O advogado dos acusados, Clóvis Sahione, disse que só comentará o indiciamento após ser informado oficialmente. Eles não
foram encontrados.
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