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Faixa exclusiva para motos tem baixa adesão no 1º dia
Por discordar da medida ou desconhecê-la, motociclistas não se restringiram à área
Utilização na av. Rebouças e na rua da Consolação não é obrigatória, apenas preferencial; segundo CET, adesão é gradual e lenta
RICARDO GALLO
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro dia de operação
da faixa preferencial para motocicletas na avenida Rebouças
e na rua da Consolação foi marcado, seja por desconhecimento ou discordância, por uma
adesão quase inexistente. Uma
entregadora de panfletos, a serviço da CET, chegou a ser atropelada por uma moto que estava sobre a faixa. Ela passa bem.
A Folha percorreu o corredor Rebouças-Consolação nos
dois sentidos, entre as 17h50 e
as 18h50. O carro da reportagem foi ultrapassado por 227
motos -nenhuma na faixa preferencial. "Seria imprudente
esperar que depois da distribuição de alguns folhetos todos
os motociclistas andassem na
faixa", afirmou Roberto Scaringella, presidente da CET. "A
adesão é lenta, gradual, demorada, difícil, mas possível."
Cerca de 300 mil folhetos serão distribuídos. Batizada de
Faixa Cidadã, a medida vale experimentalmente por seis meses e foi criada para tentar reduzir a morte de motociclistas.
Um deles morre por dia na cidade, segundo a CET.
Identificada por um losango
verde, a faixa não proíbe carros
de circularem. O tráfego de
motos é preferencial, não obrigatório. "Nunca será obrigatório nessa configuração de avenida [como Rebouças/Consolação]", afirmou Scaringella.
"Não vai pegar"
"Acho que não vai pegar. Eu
não estou respeitando", disse o
motoboy Irineu Soares, 22, há
quatro anos na profissão. Segundo ele, o maior empecilho é
que os carros ocupam a maior
parte da faixa. "Deveria ter uma
faixa só para motos."
Scaringella rebate: "Às vezes
ele não pega trânsito, mas acaba em um caixão. Morre. Ou
então vai para a UTI". Ele diz
que estuda a possibilidade de
uma faixa só para motos, mas
não adiantou onde poderia ser.
Houve motoristas que ficaram satisfeitos com a iniciativa
da CET. "É bom ter essa faixa
porque o trânsito de motos em
muitas faixas pode causar acidentes", disse o administrador
Silvio Coelho, 49, que já teve
dois espelhos retrovisores quebrados por motoboys.
Já Alexandre Piboli, 33, duvida da eficácia. "Qual motociclista vai respeitar a faixa se
eles têm prazo para cumprir?"
Um atropelamento com uma
motocicleta, por vota das 8h, já
com a faixa preferencial na Rebouças, feriu a entregadora de
panfletos Joana D'Arc Macedo
Silva, 21, que prestava serviços
para a CET. O motociclista Manuel Leite de Oliveira, 45, feriu
a perna. Ela estava em observação no Hospital das Clínicas
com um corte na cabeça. Às
12h25, o motociclista Wesley
Pereira, 34, caiu, também na
Rebouças, e quebrou a perna.
Colaborou o "Agora"
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