|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Racha de carroças em ruas atrai apostadores no Rio
Disputa acontece toda terça em em Duque de Caxias
MARCELO BORTOLOTTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Pilotos de carroças da Baixada Fluminense, no Rio, encontraram uma forma inusitada de
testar o torque de seus animais.
Um racha de charretes acontece todas as semanas na estrada
que dá acesso ao Parque Paulista, em Duque de Caxias (a 35
km do Rio), reunindo diversos
cavalos e alguma adrenalina.
A disputa não difere muito
dos pegas de automóvel, embora numa versão campestre. O
público assiste às corridas no
meio da rua, arriscando a pele
ao lado dos animais, que passam em alta velocidade e fazem
manobras radicais. São cerca
de 100 pessoas todas as noites
de terça, entre cavaleiros e curiosos. As apostas variam de R$
10 a R$ 200, dependendo do páreo, geralmente disputado entre duas carroças.
Embora não existam números oficiais, a presença de veículos e tração animal na Baixada Fluminense é visível no
trânsito e nos rastros de estrume deixados nas ruas. Os veículos são utilizado no tranporte
de pessoas e até de mercadorias
-um frete de carroça para
transporte de móveis custa, em
média, R$ 10.
O racha é de 700 metros e começou há três meses, como
uma reunião entre amigos.
"Um foi falando para o outro",
diz o piloto Luiz Alves. O interesse comercial moveu o resto
do público -nos bastidores, cavalos são negociados. Um animal veloz chega a valer R$ 5
mil. Na corrida, segundo os organizadores, os cavalos chegam
a 65 km/h.
Alguns cavaleiros correm
num veículo especial, o "sulky".
Feito de madeira e metal, ele
comporta só o motorista e é
mais leve. Feito por ferreiros
locais, custa
em média R$ 800. O modelo é
próprio para um esporte internacional: a corrida de trote.
As carroças são populares na
Baixada pelo seu custo módico
e a abundância de terrenos baldios onde os animais podem ser
criados. Animais conhecidos na
região, como os cavalos Greice,
Lazaroni e Ganso, são criados
exclusivamente para os rachas.
A disputa que acontece no Parque Paulista não é única na região. Toda semana há corridas
em Xerém, Fragoso, Piabetá,
Amapá e em outros bairros, diz
o carroceiro Vitor Cabral, 27.
Texto Anterior: Trânsito: Marronzinho reduz multa em protesto por reajuste salarial Próximo Texto: Prefeitura desiste de exigir fraldas para os cavalos Índice
|