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Tripulantes da TAM cobram redução da carga de trabalho
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
Funcionários da TAM que se
reuniram ontem para ouvir o
presidente da empresa, Marco
Antônio Bologna, na sede da
ATT (Associação dos Tripulantes da TAM), prometiam ao fim
do encontro entrar com processos na Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) para reduzir a sobrecarga de trabalho a
que, dizem, são submetidos.
"Deixe sair o resultado dessa
investigação que a gente, junto
com a associação [dos tripulantes da TAM], vai encaminhar
um processo à Anac exigindo
mudanças nas condições de
trabalho. A opinião pública está
sensibilizada", dizia um comandante de Airbus-A320 a
dois colegas após a reunião.
Bologna convocou ontem
reunião com os tripulantes, na
zona sul de São Paulo. O encontro, segundo a assessoria de imprensa da companhia, teve o
propósito de "levar a solidariedade do presidente aos tripulantes" -31 funcionários da
TAM morreram no acidente
ocorrido há oito dias.
A reunião começou às 14h30
e foi até as 15h15. Segundo um
comissário de bordo que não
quis ser identificado (todos os
tripulantes e pessoal de terra
da empresa estão proibidos de
dar declarações à imprensa), o
presidente da TAM garantiu
que não haverá demissões dos
cerca de 2.500 tripulantes,
mesmo com a diminuição dos
vôos em Congonhas.
Anteontem, José de Anchieta Hélcias, do Snea (Sindicato
Nacional das Empresas Aeroviárias) e representante da
TAM em Brasília, previu que as
empresas aéreas demitirão até
30% de seus funcionários.
Segundo o discurso de Bologna aos funcionários da TAM
ontem, as equipes com base em
São Paulo poderão ser transferidas para Campinas, que já recebe parte dos vôos que aterrissariam em Congonhas.
Na reunião, além de comandantes de Airbus-A320, modelo que se chocou contra o prédio da TAM Express, havia tripulantes de outras aeronaves
operadas pela TAM, como Airbus-A330 (que voa para Paris),
Fokker-100 (que foi substituído pelo Airbus-A320 na ponte
aérea Rio-São Paulo) e MD-11,
da McDonnell Douglas. Este último faz parte das rotas internacionais desde fevereiro.
"Vôos regulamentados." A
expressão foi ouvida seguidas
vezes pela Folha. Designa, ao
contrário do que parece, vôos
feitos além da carga horária
máxima de trabalho permitida
para tripulantes, segundo regulamentação internacional.
Um co-piloto de Fokker-100,
ao conversar com um co-piloto
de Airbus-A320, relatava a situação vivida: "Quando me
convocaram para um [vôo] regulamentado, eu falei com a
[atendente da] escala: "Eu não
vou comparecer ao vôo'".
"E ela disse: "Ok, comandante. Eu vou colocar aqui um "NC"
[não compareceu], e você se reporta à chefia". É muita pressão." Procurada para comentar, a assessoria de imprensa da
TAM não se pronunciou.
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