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mercado
Caos aéreo já fez cair ganho das empresas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
O caos aéreo dos últimos meses que culminou
com o acidente da TAM na
semana passada já vinha
diminuindo a receita das
companhias em 2007.
Mas ainda não existe
consenso no mercado sobre qual estratégia as empresas irão adotar agora
(subir ou baixar tarifas)
para reverter o quadro.
Segundo cálculos da
corretora Planner, o ganho por passageiro por assento na TAM caiu de R$
0,28 a cada quilômetro
voado no primeiro trimestre de 2006 para R$ 0,24
em igual período deste
ano. No segundo trimestre
de 2007, foi para R$ 0,20.
Para a Gol, o ganho caiu
de R$ 0,27 por quilômetro
no primeiro trimestre de
2006 para R$ 0,18 no segundo trimestre de 2007.
Segundo analistas, a redução foi provocada tanto
pela agressividade da Gol
em sua política de tarifas,
que forçou a TAM a reagir,
quanto pela menor demanda por vôos devido ao
caos do sistema aéreo.
Diante de mais um golpe
(o acidente em Congonhas), a dúvida agora é como as empresas reagirão
para diminuir prejuízos,
manter rotas e horários e
não "bater lata", ou seja,
voar com aviões vazios.
Se aumentarem os preços, podem afugentar ainda mais quem já não está
propenso a voar, ficando
mais dependentes da demanda de passageiros que
viajam a negócios.
Se reduzirem as tarifas,
podem garantir aviões
mais cheios, mas obtendo
lucro menor ou prejuízo
-não recuperando o tombo nos preços das ações
nos últimos dias.
O cenário do aeroporto
de Congonhas esvaziado e
sem conexões, como aventou o governo, seria mais
um agravante.
Segundo Alessandro
Oliveira, o Nectar (Núcleo
de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo), do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), realizou pesquisa de preços futuros
nos sites das empresas aéreas e ainda não encontrou alterações significativas nos valores.
"Não há ainda sinal claro de aumento de preços
nos vôos saindo de Congonhas", diz Oliveira.
"Nesta fase de transição,
as companhias vão deixar
de ganhar dinheiro. No
médio e longo prazos, não
vai ter efeito nenhum porque elas serão obrigadas a
manter preços baixos por
conta da competitividade", acredita Claudio Jorge Alves, também especialista do ITA.
O maior risco para o
consumidor seria as empresas adotarem uma redução da oferta de vôos
combinada com preços
elevados, tentando manter a margem de lucro em
cima de quem não tem como deixar de pegar avião.
Para Lúcia Helena Salgado, economista do Ipea
(Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), a
falta de regulação pode
contribuir para aumentos
de tarifa no curto prazo.
"Como não existe regulação adequada, elas podem tentar manter suas
elevadíssimas margens de
lucro", disse.
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