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Ex-aluno de faculdade top dará aula em escola carente
Projeto começa no Rio e depois vai para outras cidades brasileiras
Primeira etapa da versão brasileira do "Teach for America", presente em 13 países, será lançada amanhã
JANAINA LAGE
ANTÔNIO GOIS
DO RIO
Jovens recém-formados
em cursos universitários disputados serão convidados a
dar aulas por dois anos em
escolas públicas de baixo desempenho, em comunidades
carentes do Rio de Janeiro.
Esta será a primeira etapa
do programa Ensina!, que será lançado amanhã. Trata-se
de uma versão brasileira do
"Teach for America", programa criado na década de 1990
nos EUA que recruta jovens
de elite para ensinar em comunidades pobres.
O programa está presente
hoje em 13 países, por meio
do braço internacional
"Teach for All".
No Brasil, o projeto piloto
começará no Rio, com 40 recém-formados que darão aulas a partir de 2011 de português, matemática, ciências e
inglês. A ideia é expandir o
programa depois para outras
cidades, como São Paulo.
Ao contrário do que ocorre
nos EUA, onde recém-formados substituem professores,
no Brasil eles darão aulas de
reforço em escolas que já trabalham em regime integral.
Cada participante terá um
"professor-padrinho" para
trocar experiências.
O salário para uma carga
de 40 horas semanais ficará
entre R$ 2.300 e R$ 2.500.
Antes de entrar em sala de
aula, cada jovem passará por
um processo de treinamento
intensivo durante cinco semanas. A prática continua
durante todo o período de
trabalho.
Nos países em que foi implementado, uma das características do programa é o rigor no processo de seleção,
que inclui análise de currículo, dinâmica de grupo e entrevistas. Nos EUA, por
exemplo, o programa recebeu no ano passado 35 mil
inscrições para 4.100 vagas.
MERCADO DE TRABALHO
O programa está em contato com grandes empresas,
como Oi, Natura, PDG, Instituto Unibanco, Intel, Itaú e
Odebrecht, para que elas reconheçam o trabalho como
um diferencial no currículo.
"Estes jovens aprenderão
a ter manejo de uma sala de
aula, a planejar atividades e
a superar obstáculos, lidando com a diversidade e exercendo um papel de liderança. Terão ainda que trabalhar
em equipe para atingir metas, habilidades valorizadas
no mercado de trabalho", explica Maíra Pimentel, diretora-executiva do Ensina!.
A secretária municipal de
Educação do Rio, Claudia
Costin, diz que a experiência
da rede com o trabalho de voluntários mostra que eles são
bem recebidos pelos professores.
"As escolas que optaram
por trabalhar com voluntários relatam que a troca de
experiências foi boa para todos. Acreditamos que o mesmo acontecerá com os jovens
que chegarão pelo Ensina!".
O custo do programa na
primeira fase é R$ 3,7 milhões, sendo que a maior parte vem da iniciativa privada.
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