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São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

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EDUCAÇÃO

Docentes presentes na inauguração do "Escola da Família" disseram que unidade da região não dá condições de trabalho

Alckmin enfrenta protesto em visita a escola

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin enfrentou um protesto de professores ontem, ao inaugurar oficialmente o programa "Escola da Família" no colégio Professor Luís Gonzaga Pinto e Silva, no Jardim São Luís (zona sul de São Paulo).
A manifestação começou durante um discurso do secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita. Cinco professores exibiam faixas assinadas pela Apeoesp (sindicato dos professores das escolas estaduais de São Paulo). Eles pediam vagas para profissionais contratados temporariamente e reclamavam das más condições de trabalho em um colégio estadual próximo.
"Tem uma escola aqui em cima que está abandonada, a quadra cheia de buracos, venha ver, Chalita", gritava o professor Severino Honorato Júnior.
O secretário associou o ato a motivações políticas. "Isso é um movimento partidário, não é postura de educador", afirmou.
O colégio visitado ontem por Alckmin possui quadra coberta, horta e uma biblioteca com equipamentos de leitura específicos para deficientes visuais. No local, o governador assistiu a uma apresentação de balé, jogou pingue-pongue, autografou um painel pintado por alunos e chegou a ensaiar uns passos de break. Além das apresentações culturais, havia distribuição de pipoca e algodão-doce para os visitantes.
A cerca de um quilômetro do local está a unidade citada no protesto: a escola estadual Reverendo Jacques Orlando Caminha d'Ávila. Nela, as atrações do programa "Escola da Família" -que consiste na abertura das 5.919 escolas estaduais para realização de atividades culturais e esportivas com a comunidade aos fins de semana- se resumiam a aulas de axé, ontem de manhã. A diretora, Ondina de Oliveira, disse estar esperando uma reforma na quadra -obra já aprovada pela secretaria da Educação, segundo ela.
Para Oliveira, a boa estrutura da outra escola, apresentada ontem como modelo por Alckmin, não se deve a ações governamentais, e sim a convênios com a iniciativa privada. A diretora da unidade modelo, Maria Beatriz de Lana e Castro, confirma o convênio. "Tudo o que tem aqui é fruto de três grupos: comunidade, professores e a Santista [Têxtil]."
O governador e o secretário da Educação não quiseram conhecer a Reverendo Jacques ontem. "Tenho visitado escolas regularmente, mas não vou visitar porque uma pessoa vem e berra num evento", disse Chalita. Alckmin afirmou que o governo pretende reformar todas as escolas até que tenham o padrão da Luís Gonzaga Pinto e Silva.

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