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VIOLÊNCIA
Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê, estava em um carro roubado onde uma granada teria sido encontrada
Preso suspeito de ação contra base da PM
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma granada encontrada em
um carro roubado em São Paulo
pode levar, segundo a polícia, ao
esclarecimento do atentado contra um posto comunitário da Polícia Militar em Taboão da Serra
(Grande São Paulo) anteontem.
Reginaldo Oliveira de Souza, 27,
o Rê, morador de Taboão da Serra
e com antecedentes por tráfico de
drogas e roubo, e Nikos Filimon
Koutroutsos, 19, sem passagem
pela polícia, foram presos pela
PM em um Golf roubado e levados ao 15º DP (Itaim Bibi), na zona oeste de São Paulo. A granada
foi encontrada debaixo do banco
traseiro, segundo a polícia.
Anteontem, um grupo fez de 30
a 40 disparos e jogou três granadas contra o posto na praça Luiz
Gonzaga, em Taboão da Serra.
Três soldados da PM -dois homens e uma mulher- estavam
no local no momento do ataque,
mas ninguém ficou ferido.
Segundo o delegado Gilberto de
Castro Ferreira, de Taboão da Serra, a polícia já estava à procura de
Rê por causa de uma informação
que o apontava como envolvido
na ação contra a base da PM.
Ferreira disse que Rê tinha ligações com o traficante Silvio dos
Santos Luis, 23, o Binha, que foi
morto em um tiroteio com a PM
no último dia 16. Os dois seriam
da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A morte de Binha teria motivado, segundo o delegado Etore Bonifácio, os atentados contra a base
da PM em Embu -município vizinho-, no dia 16, quando homens fizeram mais de 20 disparos
contra o prédio, e contra a base
em Taboão.
O motorista de um Fiat Palio
roubado 25 minutos antes da
ação anteontem e abandonado logo depois não reconheceu Rê.
Mas Ferreira disse que o suspeito
pode até ter participado da ação.
Segundo o advogado Oscar Serra Bastos Júnior, Rê e Koutroutsos negaram ter ligação com o
atentado e afirmaram não saber
da granada.
O artefato, antigo e já enferrujado, foi encontrado por policiais
na madrugada, horas depois de o
carro já estar no distrito, segundo
o advogado. Ele considerou estranho o fato de o artefato não ter sido localizado anteriormente pela
PM no momento da prisão.
Ação
Segundo um dos três PMs que
estavam na base comunitária, que
não quis se identificar, o resultado
do ataque poderia ter sido muito
pior. Ele narra que um homem
surgiu, sacou uma pistola e começou a atirar.
Esse homem foi visto por uma
policial, que correu e conseguiu
fechar a porta da frente. Logo depois, a primeira granada foi jogada, mas bateu na porta e depois
explodiu. As outras duas granadas -diferentes da encontrada
no carro roubado- não explodiram e foram detonadas com a ajuda de um robô operado pelo Gate
(Grupo de Ações Táticas Especiais), da PM.
Os tiros duraram de dois a três
minutos. O mesmo PM fala que
só deu para se atirar no chão e esperar o fim dos disparos. Não
houve tempo para revidar os tiros. Segundo ele, houve disparos
de pistola e de revólver, mas o
grupo não usou metralhadoras,
como chegou a ser cogitado. O
delegado Gilberto Ferreira confirmou essa versão. "Pelas marcas,
foram tiros de pistola e de revólver 38", disse.
A polícia calcula que de seis a 15
homens participaram do ataque.
Outras pessoas foram detidas anteontem, mas não foram reconhecidas por testemunhas e vítimas.
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