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São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

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VIOLÊNCIA

Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê, estava em um carro roubado onde uma granada teria sido encontrada

Preso suspeito de ação contra base da PM

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma granada encontrada em um carro roubado em São Paulo pode levar, segundo a polícia, ao esclarecimento do atentado contra um posto comunitário da Polícia Militar em Taboão da Serra (Grande São Paulo) anteontem.
Reginaldo Oliveira de Souza, 27, o Rê, morador de Taboão da Serra e com antecedentes por tráfico de drogas e roubo, e Nikos Filimon Koutroutsos, 19, sem passagem pela polícia, foram presos pela PM em um Golf roubado e levados ao 15º DP (Itaim Bibi), na zona oeste de São Paulo. A granada foi encontrada debaixo do banco traseiro, segundo a polícia.
Anteontem, um grupo fez de 30 a 40 disparos e jogou três granadas contra o posto na praça Luiz Gonzaga, em Taboão da Serra. Três soldados da PM -dois homens e uma mulher- estavam no local no momento do ataque, mas ninguém ficou ferido.
Segundo o delegado Gilberto de Castro Ferreira, de Taboão da Serra, a polícia já estava à procura de Rê por causa de uma informação que o apontava como envolvido na ação contra a base da PM.
Ferreira disse que Rê tinha ligações com o traficante Silvio dos Santos Luis, 23, o Binha, que foi morto em um tiroteio com a PM no último dia 16. Os dois seriam da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A morte de Binha teria motivado, segundo o delegado Etore Bonifácio, os atentados contra a base da PM em Embu -município vizinho-, no dia 16, quando homens fizeram mais de 20 disparos contra o prédio, e contra a base em Taboão.
O motorista de um Fiat Palio roubado 25 minutos antes da ação anteontem e abandonado logo depois não reconheceu Rê. Mas Ferreira disse que o suspeito pode até ter participado da ação.
Segundo o advogado Oscar Serra Bastos Júnior, Rê e Koutroutsos negaram ter ligação com o atentado e afirmaram não saber da granada.
O artefato, antigo e já enferrujado, foi encontrado por policiais na madrugada, horas depois de o carro já estar no distrito, segundo o advogado. Ele considerou estranho o fato de o artefato não ter sido localizado anteriormente pela PM no momento da prisão.

Ação
Segundo um dos três PMs que estavam na base comunitária, que não quis se identificar, o resultado do ataque poderia ter sido muito pior. Ele narra que um homem surgiu, sacou uma pistola e começou a atirar.
Esse homem foi visto por uma policial, que correu e conseguiu fechar a porta da frente. Logo depois, a primeira granada foi jogada, mas bateu na porta e depois explodiu. As outras duas granadas -diferentes da encontrada no carro roubado- não explodiram e foram detonadas com a ajuda de um robô operado pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da PM.
Os tiros duraram de dois a três minutos. O mesmo PM fala que só deu para se atirar no chão e esperar o fim dos disparos. Não houve tempo para revidar os tiros. Segundo ele, houve disparos de pistola e de revólver, mas o grupo não usou metralhadoras, como chegou a ser cogitado. O delegado Gilberto Ferreira confirmou essa versão. "Pelas marcas, foram tiros de pistola e de revólver 38", disse.
A polícia calcula que de seis a 15 homens participaram do ataque. Outras pessoas foram detidas anteontem, mas não foram reconhecidas por testemunhas e vítimas.

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