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São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

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Edital deverá prever construção de moradias

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A solução que a Codesp vislumbra para assumir o controle da área ocupada é repassar às futuras empresas arrendatárias a responsabilidade de construir um conjunto habitacional para abrigar os atuais moradores.
De acordo com o presidente do conselho de administração da companhia, Danilo de Camargo, constará dos editais de licitação a exigência de que as empresas vencedoras realizem a obra e dêem prioridade aos moradores no processo de contratação do pessoal que trabalhará nos terminais a serem implantados no local.
Para Camargo, essa saída atenderia aos ocupantes da área e ao governo, que não disporia de recursos para financiar um programa habitacional destinado exclusivamente aos moradores.
Camargo afirmou que, mesmo com esses encargos, a licitação será atraente para as empresas do setor portuário. "O valor econômico é muito grande porque se trata de uma área nobre do porto. Um arrendamento daqueles é coisa para muitos milhões de dólares", afirmou o advogado, que também acumula o cargo de tesoureiro do Diretório Estadual do PT de São Paulo.
Para outro petista ocupante de cargo na Codesp, o diretor comercial e de desenvolvimento da estatal, Fabrizio Pierdomenico, a companhia não tem outra alternativa viável para ampliar o porto senão essa. "Entendemos que é a última grande área para expansão, que hoje é um enclave no porto, cercada por terminais portuários", disse.
Para que a solução aventada se viabilize, porém, o principal obstáculo a ser superado é encontrar terrenos para executar a obra no município.
O prefeito Maurici Mariano (PTB) afirmou que a prefeitura não dispõe de áreas públicas para oferecer. Ele diz ser favorável à preservação da comunidade no local, mas também defende a importância da expansão do porto para a economia da cidade.
"O município tem um duplo interesse. Queremos equacionar a questão porque há pessoas que moram ali há 60 anos. Mas ampliar o porto significará gerar renda", afirmou.
Camargo e Pierdomenico garantem que, seja qual for a solução, só será adotada depois de esgotado o debate do assunto com os moradores.
"Não existe esse negócio de passar trator derrubando casas. Haverá um processo de discussão", afirmou Camargo. (FS)

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