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ENSINO SUPERIOR
Governo fecha adesão a projeto não aprovado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto ainda não foi aprovado, mas o Ministério da Educação
já anunciou ontem a adesão de 33
instituições de ensino superior ao
programa que reserva vagas em
universidades privadas para alunos carentes da rede pública.
Ou seja, sem a aprovação do
projeto (a votação foi adiada para
hoje), essas instituições sem fins
lucrativos oferecerão, no próximo
vestibular, 10% das vagas a alunos
da rede pública com renda familiar per capita de um e meio salário mínimo (R$ 390), a afrodescendentes e a indígenas.
Alunos beneficiados pelo Prouni (Programa Universidade para
Todos) deverão prestar o processo seletivo da instituição. Seus nomes farão parte de lista separada,
a ser acompanhada pelo MEC. O
governo calcula obter, com isso,
cerca de 20 mil bolsas integrais.
Outras 13 instituições assinaram ontem termo de compromisso para implantar o programa
quando ele for aprovado no Congresso. São mais 15 mil vagas.
O último Censo da Educação
Superior, referente a 2002, aponta
que existiam no Brasil 1.637 instituições (88% privadas), com 1,773
milhão de vagas oferecidas.
Indagado se não estaria passando por cima do Congresso, o ministro Tarso Genro disse: "Um
programa dessa natureza pode
ser feito de maneira voluntária ou
determinado por lei. A decisão e a
vontade das universidades estão
casadas com o que se discute no
Congresso".
Com a aprovação, mesmo instituições filantrópicas contrárias à
idéia teriam de aplicá-la. Universidades com fins lucrativos poderiam aderir ao programa em troca
de isenção de quatro tributos.
O projeto está na Câmara e precisa passar pelo Senado. O relator
do projeto na Câmara, deputado
Irineu Colombo (PT-PR), fez novas alterações. Entre as novas mudanças estão permitir que instituições com fins lucrativos destinem 5% de bolsas integrais e 5%
parciais -o projeto original prevê 10% de vagas com bolsa integral.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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