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Ensino privado arrecadou R$ 26 bi em 2002 e gerou 1,3% do PIB
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O setor privado de ensino arrecadou em 2002 com mensalidades R$ 26 bilhões e foi responsável
por 1,3% do PIB. Os dados constam de um estudo da Fundação
Getúlio Vargas divulgado ontem
no 2º Congresso Rio de Educação.
O estudo foi encomendado pela
Federação Nacional das Escolas
Particulares e mostrou também
que o salário médio na área é de
R$ 8.148 por ano. Essa média é
34% maior do que a verificada em
funcionários do setor público de
ensino, cujo salário médio anual
foi de R$ 6.086 em 2002, e 116%
maior do que a média de todo o
setor privado, que foi de R$ 3.772.
O faturamento de R$ 25,762 bilhões não significa, necessariamente, que as instituições tiveram
lucro, já que a soma das despesas
com pagamento de fornecedores,
salários, obras, dívidas ou impostos pode ter sido maior.
Para o ensino básico, a pesquisa
aponta uma tendência preocupante e já conhecida do setor privado: a oferta de vagas aumentou
enquanto diminuiu a demanda.
O número de estabelecimentos
cresceu 10,3% de 1999 a 2002 no
ensino fundamental, mas a matrícula diminuiu 1,3%. No ensino
médio, a tendência foi a mesma:
crescimento de 11,2% e queda de
8,3% nas matrículas.
Para Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da
FGV, um das causas disso é a diminuição, principalmente na
classe média, do número de filhos. Outra explicação é que a renda média vem caindo desde 1996.
Do faturamento com mensalidades, R$ 10,614 bilhões (41,2%
do total) são despesas com fornecedores de serviços e produtos. O
cálculo da participação no PIB é
feito com base nos R$ 15,148 bilhões restantes, que são despesas
próprias da escola. A participação
de 1,3% é maior, por exemplo,
que a da saúde privada -1,0%.
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