São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2004

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SAÚDE

Em sete Estados e no DF, ocorreram registros alérgicos acima da média habitual; problema foi detectado com 1 dos 3 fornecedores

Vacina provoca reação e lotes são trocados

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Registros de reações alérgicas em proporção quase seis vezes acima do que é considerado aceitável levaram o Ministério da Saúde a suspender temporariamente a campanha de vacinação tríplice (contra sarampo, rubéola e caxumba) em sete Estados e no Distrito Federal, todos abastecidos com o produto fabricado pelo laboratório italiano Chiron.
De acordo com o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, as vacinas começaram a ser recolhidas no sábado, primeiro dia da campanha, e passaram a ser substituídas por lotes fornecidos por outros fornecedores no dia seguinte.
"A secretaria localizou 106 casos de reações leves, especialmente urticária, e outros quatro de reações anafiláticas, com quadros de hipotonia (diminuição do tônus muscular) e dificuldades respiratórias, mas todos tiveram uma evolução positiva", disse Barbosa.
Para o secretário, as reações alérgicas são esperadas em determinadas taxas. "Como as taxas eram maiores que as de eventos desse tipo, fizemos a troca preventiva por outras duas vacinas tríplices disponíveis no Brasil."
Ao todo, segundo o secretário, 1,5 milhão de crianças receberam doses da vacina do fabricante italiano em todo o país. "Quem foi vacinado com essa vacina pode ficar tranqüilo porque a ameaça era apenas de reação adversa, não de falta de imunização."
Em Pernambuco, um dos Estados atingidos pela medida, a imunização só foi reiniciada ontem, com a entrega de um novo lote com 1 milhão de doses.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o ministério constatou que a cada grupo de 16 mil vacinados, 1 apresentava reações alérgicas. A proporção aceitável é de 1 por 89 mil vacinados.
Em Pernambuco, onde haviam sido aplicadas cerca de 150 mil doses, houve 22 casos de reação -dez em Recife e 12 em Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe. As crianças apresentaram edemas no rosto ou urticárias leves.
O Estado, que tem como meta imunizar 658.150 crianças, recolheu cerca de 950 mil doses da vacina italiana. Devido ao problema, o final da campanha, previsto para dia 3 de setembro, será prorrogado por pelo menos dois dias.
Além de Pernambuco, casos foram registrados no Distrito Federal (27), Alagoas (24), Paraná (16), Sergipe (7), Santa Catarina (5), Amapá (4) e Amazonas (1). As ocorrências de reações anafiláticas foram em SC (2), PR e DF.
De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão inicial era que o laboratório Chiron distribuísse 5,7 milhões de doses da vacina tríplice para essa campanha. A Aventis destinaria 6,7 milhões.
O maior volume de vacinas viria do convênio firmado pela Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) com o laboratório Glaxus Smith Klaine, com 8,2 milhões de doses.
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Arnaldo Bernardino, avaliou que os casos de reações não chegaram a sair da normalidade. Segundo ele, a secretaria espera uma avaliação mais precisa do Ministério da Saúde.
Ivone Peres de Castro, gerente de Vigilância Epidemiológica e Imunizações do Distrito Federal, disse que houve apenas três casos preocupantes de reação. Ao menos uma criança teria registrado edema de pálpebra, considerado um sintoma mais forte. Os outros casos detectados, segundo ela, foram classificados como brandos.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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