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SAÚDE
Em sete Estados e no DF, ocorreram registros alérgicos acima da média habitual; problema foi detectado com 1 dos 3 fornecedores
Vacina provoca reação e lotes são trocados
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Registros de reações alérgicas
em proporção quase seis vezes
acima do que é considerado aceitável levaram o Ministério da Saúde a suspender temporariamente
a campanha de vacinação tríplice
(contra sarampo, rubéola e caxumba) em sete Estados e no Distrito Federal, todos abastecidos
com o produto fabricado pelo laboratório italiano Chiron.
De acordo com o secretário nacional de Vigilância em Saúde,
Jarbas Barbosa, as vacinas começaram a ser recolhidas no sábado,
primeiro dia da campanha, e passaram a ser substituídas por lotes
fornecidos por outros fornecedores no dia seguinte.
"A secretaria localizou 106 casos
de reações leves, especialmente
urticária, e outros quatro de reações anafiláticas, com quadros de
hipotonia (diminuição do tônus
muscular) e dificuldades respiratórias, mas todos tiveram uma
evolução positiva", disse Barbosa.
Para o secretário, as reações
alérgicas são esperadas em determinadas taxas. "Como as taxas
eram maiores que as de eventos
desse tipo, fizemos a troca preventiva por outras duas vacinas
tríplices disponíveis no Brasil."
Ao todo, segundo o secretário,
1,5 milhão de crianças receberam
doses da vacina do fabricante italiano em todo o país. "Quem foi
vacinado com essa vacina pode ficar tranqüilo porque a ameaça era
apenas de reação adversa, não de
falta de imunização."
Em Pernambuco, um dos Estados atingidos pela medida, a imunização só foi reiniciada ontem,
com a entrega de um novo lote
com 1 milhão de doses.
Segundo a Secretaria Estadual
da Saúde, o ministério constatou
que a cada grupo de 16 mil vacinados, 1 apresentava reações alérgicas. A proporção aceitável é de 1
por 89 mil vacinados.
Em Pernambuco, onde haviam
sido aplicadas cerca de 150 mil doses, houve 22 casos de reação
-dez em Recife e 12 em Caruaru
e Santa Cruz do Capibaribe. As
crianças apresentaram edemas no
rosto ou urticárias leves.
O Estado, que tem como meta
imunizar 658.150 crianças, recolheu cerca de 950 mil doses da vacina italiana. Devido ao problema, o final da campanha, previsto
para dia 3 de setembro, será prorrogado por pelo menos dois dias.
Além de Pernambuco, casos foram registrados no Distrito Federal (27), Alagoas (24), Paraná (16),
Sergipe (7), Santa Catarina (5),
Amapá (4) e Amazonas (1). As
ocorrências de reações anafiláticas foram em SC (2), PR e DF.
De acordo com o Ministério da
Saúde, a previsão inicial era que o
laboratório Chiron distribuísse
5,7 milhões de doses da vacina tríplice para essa campanha. A
Aventis destinaria 6,7 milhões.
O maior volume de vacinas viria
do convênio firmado pela Fiocruz
(Fundação Osvaldo Cruz) com o
laboratório Glaxus Smith Klaine,
com 8,2 milhões de doses.
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Arnaldo Bernardino,
avaliou que os casos de reações
não chegaram a sair da normalidade. Segundo ele, a secretaria espera uma avaliação mais precisa
do Ministério da Saúde.
Ivone Peres de Castro, gerente
de Vigilância Epidemiológica e
Imunizações do Distrito Federal,
disse que houve apenas três casos
preocupantes de reação. Ao menos uma criança teria registrado
edema de pálpebra, considerado
um sintoma mais forte. Os outros
casos detectados, segundo ela, foram classificados como brandos.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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