São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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Grampos foram feitos pelo Ministério Público

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os grampos telefônicos nos quais dois presidiários foram flagrados discutindo ordens para que "todos os políticos, menos os do PT" fossem alvos de ataques da facção criminosa PCC foram realizados pela Promotoria de Presidente Venceslau (620 km de SP).
Apesar de temer represálias, mas diante das acusações de que a escuta é fraudulenta, a autoridade responsável pela gravação permitiu ontem que a Folha identificasse a instituição a qual ela pertence.
Nas conversas, gravadas com a autorização da Justiça de Presidente Venceslau -cidade localizada no oeste do Estado e que tem duas penitenciárias, a Promotoria identificou os detentos Anderson de Jesus Parro, 29, o Moringa, e Osmar Gonçalves do Nascimento, o Magrelo, como responsáveis pelo diálogo, mantido na noite de 12 de maio, quando começaram os atentados do PCC.
No dia 14 de julho, a Promotoria de Presidente Venceslau, após receber do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil, órgão que capta e armazena conversas telefônicas sob a autorização da Justiça) o CD com as conversas entre Moringa e Magrelo, enviou o áudio para o secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto.
O grampo foi realizado no aparelho que Moringa, à época preso na Penitenciária de Getulina (462 km de SP), utilizava. Tratava-se do aparelho (11) 7049-3046. Hoje, Moringa está no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de SP). A Polícia Federal também já dispõe dessas informações. Magrelo cumpre pena em Flórida Paulista (607 km de SP).
Os dois também são suspeitos de tramar o assassinato de cinco agentes penitenciários de Presidente Venceslau, para onde o governo mandou, em 10 e 11 de maio, 495 detentos, sob a alegação de que todos eram do PCC e tinham grande influência na massa carcerária.
O ofício n.º 095/06 comprova a entrega do grampo ao secretário Ferreira Pinto que, ontem, foi procurado pela Folha, mas preferiu não se manifestar.


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