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Grampos foram feitos pelo Ministério Público
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os grampos telefônicos nos
quais dois presidiários foram
flagrados discutindo ordens
para que "todos os políticos,
menos os do PT" fossem alvos
de ataques da facção criminosa
PCC foram realizados pela Promotoria de Presidente Venceslau (620 km de SP).
Apesar de temer represálias,
mas diante das acusações de
que a escuta é fraudulenta, a
autoridade responsável pela
gravação permitiu ontem que a
Folha identificasse a instituição a qual ela pertence.
Nas conversas, gravadas com
a autorização da Justiça de Presidente Venceslau -cidade localizada no oeste do Estado e
que tem duas penitenciárias, a
Promotoria identificou os detentos Anderson de Jesus Parro, 29, o Moringa, e Osmar
Gonçalves do Nascimento, o
Magrelo, como responsáveis
pelo diálogo, mantido na noite
de 12 de maio, quando começaram os atentados do PCC.
No dia 14 de julho, a Promotoria de Presidente Venceslau,
após receber do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil, órgão que capta e armazena conversas telefônicas
sob a autorização da Justiça) o
CD com as conversas entre Moringa e Magrelo, enviou o áudio
para o secretário da Administração Penitenciária, Antonio
Ferreira Pinto.
O grampo foi realizado no
aparelho que Moringa, à época
preso na Penitenciária de Getulina (462 km de SP), utilizava. Tratava-se do aparelho (11)
7049-3046. Hoje, Moringa está
no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de SP). A
Polícia Federal também já dispõe dessas informações. Magrelo cumpre pena em Flórida
Paulista (607 km de SP).
Os dois também são suspeitos de tramar o assassinato de
cinco agentes penitenciários de
Presidente Venceslau, para onde o governo mandou, em 10 e
11 de maio, 495 detentos, sob a
alegação de que todos eram do
PCC e tinham grande influência na massa carcerária.
O ofício n.º 095/06 comprova a entrega do grampo ao secretário Ferreira Pinto que, ontem, foi procurado pela Folha,
mas preferiu não se manifestar.
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