São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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Governo rastreia 412 contas suspeitas da facção

DA REPORTAGEM LOCAL

Os ministérios da Justiça e da Fazenda começam a investigar hoje, por meio de seus órgãos de combate à lavagem de dinheiro, 412 contas bancárias de pessoas que movimentam dinheiro do PCC. Parte das contas ainda estaria ativa.
A relação foi entregue pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, aos representantes do governo durante a reunião do GSI (Gabinete de Segurança Integrada), que envolve autoridades estaduais e federais, realizada ontem à tarde, para discutir novas medidas contra a facção criminosa.
Além das contas, o secretário entregou uma lista de 982 números de telefones de pessoas que movimentam o dinheiro -110 delas seriam os principais envolvidos na lavagem.
""São pessoas que têm contato direto com o esquema de lavagem", declarou.
A investigação federal será iniciada pelo DRCI (departamento do Ministério da Justiça que mantém acordos internacionais contra a lavagem de dinheiro) e o Coaf (da Fazenda), unidade de inteligência que obtém, analisa e distribui informações sobre operações suspeitas a órgãos como a Polícia Federal e o Ministério Público.
Em seguida, conforme a Folha apurou, os órgãos vão pedir a quebra de sigilo bancário das contas, um dos passos para o bloqueio do dinheiro, obtido com autorização da Justiça.
Segundo Abreu Filho, o arquivo que entregou contém informações detalhadas que permitirão, na maioria dos casos, indiciar as pessoas por lavagem de dinheiro. ""São tais pessoas, ligadas a tais contas, que utilizam tais mecanismos com esses telefones", afirmou.
O secretário disse ainda que as contas vêm recebendo depósitos de outros Estados. Citou inclusive que a quadrilha pode estar utilizando, ""com um pouco menos de refinamento", esquemas de remessa de dinheiro ilegal para o exterior, através de empresas de fachada. Depois de ""lavado", o dinheiro voltaria ao país na forma de lucros.
Na próxima semana, o secretário vai disponibilizar uma nova relação, desta vez das empresas suspeitas de participação no esquema.


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