|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HERMENEGILDO VIOLIN NETO (1928-2008)
De Hermenegildo em Hermenegildo
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos 87, Hermenegildo Violin Neto está bem. Lúcido,
com a audição um pouco afetada, o ex-trabalhador rural é
um dos 6.951 habitantes que
vivem calmamente em Cosmorama, a 501 km de São
Paulo. Tem sete filhos, dezesseis netos e seis bisnetos.
Há alguns anos, perdeu um
primo -também chamado
Hermenegildo Violin Neto-
na cidade vizinha de Tanabi.
De Jundiaí (SP) tem poucas notícias, mas sabe que lá
ainda mora um outro primo
Hermenegildo Violin Neto.
A família é de homônimos.
Anteontem, quebrou-lhe a
calmaria a notícia da morte
de mais um primo Hermenegildo Violin Neto, aos 79, no
dia 13, em São Paulo.
Um pouco mais novo que o
de Cosmorama, esse último
Hermenegildo chegou a São
Paulo em 1960, desempregado e com três filhos.
Também natural de Tanabi, casou-se aos 24 e mudou-se para Votuporanga (SP),
onde revendia cereais. Veio à
capital porque "as coisas lá
não iam bem". Apelidado de
Ico (o de Cosmorama é chamado de I), trabalhou na Alpargatas, depois numa vinícola e acabou como motorista de uma transportadora.
Aposentou-se em 1991.
Aracy, a mulher, lembra
ainda hoje da festa que os
Violin deram em Tanabi, há
uns anos, para a família, por
conta de umas bodas de ouro. Durou uma semana.
Ico morreu de insuficiência respiratória. Deixou três
filhos, quatro netos e dois
bisnetos. Nenhum deles chamado Hermenegildo.
obituario@folhasp.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Trânsito precisaria de uma Paulista nova por semana Índice
|