|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
USP decide continuar fora da avaliação do Enade
Exame avalia desempenho dos universitários do país
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após mais de um ano de negociações, a USP decidiu continuar fora do Enade, exame do
governo federal que avalia o desempenho dos universitários.
Durante o processo, o Ministério da Educação aceitou alguns pontos reivindicados pela
universidade, como o fim do
sistema de amostragem para
definir os participantes (agora,
todos os alunos fazem a prova).
A USP, porém, entendeu que
não houve avanços suficientes.
Além da universidade, apenas a
Unicamp não participa da prova nacional, criada em 2004. As
instituições estaduais, que discordam da metodologia da avaliação federal, têm autonomia
para definir se aderem ou não.
Segundo nota divulgada ontem, a universidade decidiu seguir fora do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) por entender que o
modelo não permite saber se
um curso recebeu nota baixa
por conta da má qualidade ou
de boicote dos estudantes.
Essa é uma das principais reclamações das instituições privadas, que são obrigadas a participar do exame.
Além disso, a USP afirma que
o acompanhamento dos cursos
deve ser mais amplo e considerar pontos como a responsabilidade social, a comunicação
com a sociedade, a infraestrutura das escolas e a eficácia da
autoavaliação, entre outros.
Divergências
A universidade diz "que, considerando que a participação
em processo de avaliação externa é de suma importância, continua à disposição dos órgãos
federais competentes para contribuir para o aprimoramento
do processo, de modo a viabilizar sua participação futura".
Segundo a Folha apurou, o
MEC contava com a adesão da
USP à prova, uma vez que diversos pontos exigidos pela
universidade foram atendidos.
Integrantes do ministério entendem que setores da universidade temem ser comparados
a cursos de outras instituições.
Além disso, dizem haver contradição na posição da universidade, pois ela participava do
Provão, antecessor do Enade,
que considerava apenas a nota
dos estudantes em uma prova.
O atual sistema leva em conta também a titulação do corpo
docente (número de doutores e
mestres) e a avaliação dos alunos em relação à infraestrutura
dos cursos, que, com o Enade,
formam o CPC (Conceito Preliminar de Curso).
Procurado, o Ministério da
Educação não se pronunciou
oficialmente sobre a decisão.
No ano passado, ao apresentar os resultados do Enade
2008, o ministro da Educação,
Fernando Haddad, lamentou a
ausência das duas estaduais.
"Daria mais solidez ao sistema." Como não participa do
Enade, não há notas nem para
as graduações da USP nem para a instituição como um todo.
A reportagem apurou que o
peso do Enade cairá de 70% para 60% da nota do curso no
CPC. A infraestrutura terá
mais importância.
Texto Anterior: Mau atendimento lidera ranking da ouvidoria municipal Próximo Texto: E eu com isso? Índice
|