São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2000

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ADMINISTRAÇÃO
É o maior número de interdições desde o início da operação Dose de Vida, que atingiu também 5 saunas mistas
Blitz antibebida fecha 46 locais no centro

DO "AGORA SÃO PAULO"

Blitz da Prefeitura de São Paulo na madrugada de ontem resultou na interdição 46 bares, fliperamas, boates, lanchonetes, padarias e saunas mistas situados no centro da cidade.
É o maior número de estabelecimentos interditados desde o início da operação Dose de Vida, que teve início faz cerca de dois meses e tem por objetivo fechar estabelecimentos comerciais que vendem bebida alcóolica após a 1h. Mais uma vez, o secretário municipal de Governo, Arnaldo Faria de Sá, capitaneava a blitz.
Durante a ação da prefeitura no centro paulistano, nove menores desacompanhados foram detidos, e cinco bares, multados.
O bar Drink"s Copacabana, na avenida Ipiranga, havia sido fechado na semana passada. Ontem, encontrava-se aberto. O dono, Hamenon Dutra Gondim, recebeu a multa de R$ 101,42.
"Quando deu 1h, eu avisei os clientes que precisava fechar o bar. Ninguém parou de beber, vou arrancar o copo da mão deles?", justificou-se.
Na boate Recanto Parada da Noite, na rua Rego Freitas, cerca de 80 pessoas bebiam e dançavam forró quando a blitz começou.
O lugar também havia sido interditado por falta de segurança há duas semanas. Os banheiros foram reformados e um extintor de incêndio foi instalado, de acordo com a proprietária Vanda Miranda. Só que a escada da entrada continua perigosa, estreita demais, de acordo com fiscais do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis). A Recanto Parada foi multada e fechada novamente.
Cinco saunas mistas também foram interditadas durante a fiscalização da prefeitura. Nesses locais, onde a entrada vai R$ 5 a R$ 10, o cliente pode beber e assistir shows eróticos.
A Casarão, na rua Augusta, estava trancada a cadeado. No entanto, luzes coloridas giravam e piscavam lá dentro. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) forçou o portão e invadiu o local.
Cerca de 30 moças seminuas tiveram de fazer fila para serem revistadas pelas agentes femininas da GCM. Os cerca de 30 clientes também passaram por revista.
"Avisaram que a blitz estava chegando e então fechamos as portas, como todas as outras saunas da região", contou a recepcionista Maria Fátima dos Santos. O Contru fechou o local por falta de condições de segurança.
Na boate gay Muralha Club, na rua Bento Freitas, na região da praça da República, os cerca de 60 clientes deixaram o local afirmando que haviam sido desrespeitados pelos integrantes da Guarda Civil. Reclamaram também de preconceito, já que as boates heterossexuais da rua não teriam sido perturbadas. (EMERSOM SATOMI)


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