São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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Defesa de Maluco quer novo teste de DNA

DA SUCURSAL DO RIO

A defesa de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado da morte do jornalista Tim Lopes, solicitou à Justiça um novo exame de DNA nos restos mortais do jornalista encontrados na favela da Grota (zona norte do Rio).
O exame foi realizado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e deu positivo ao confrontar um fragmento de costela achado no cemitério clandestino da favela com amostras de sangue da mãe e do filho de Lopes.
"Esse exame foi feito de forma muito unilateral", afirmou Jorge Luiz Pereira da Silva, um dos advogados de Maluco. A defesa quer que o novo exame seja feito na Unicamp, em São Paulo. Em caso de resultado negativo, a defesa atacará a chamada "materialidade" do crime, afirmando que, se os restos mortais não foram localizados, o traficante não pode ser acusado de homicídio. O juiz Alexandre Abrahão já negou pedido semelhante, feito pelo acusado Reinado Amaral de Jesus.
A estratégia da defesa de Maluco é usar também contradições entre os depoimentos dados em juízo e os tomados na 22ª DP (Delegacia de Polícia). Sobre as contradições, o chefe de Polícia, Zaqueu Teixeira, informou que tudo o que lhe for comunicado pela Justiça será apurado.
A testemunha de acusação Eduardo do Nascimento Gonçalves negou anteontem o depoimento em que apontava homens do grupo de Elias Maluco como responsáveis pelo crime. Disse que só assinou as declarações ao ser agredido e ameaçado por policiais. Três acusados também negaram em juízo os depoimentos dados na DP. Para a promotora Patrícia Glioche, não é surpresa que acusados e uma testemunha neguem afirmações anteriores.
Segundo ela, a Promotoria entende que o processo tem provas técnicas importantes, como a descoberta de restos mortais de Lopes e a localização do cemitério clandestino mantido pelo tráfico.
O inspetor Daniel Gomes, que comandou as investigações no inquérito, afirmou que não houve tortura na coleta dos primeiros depoimentos.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA)


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