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[!] Foco
Prefeitura estuda ampliar sessões do novo planetário
Apesar do tempo ruim, cerca de 300 pessoas ficaram do lado de fora e reclamaram ontem, no parque Ibirapuera
Secretário Eduardo Jorge admite que, por conta da demanda, pode realizar mais apresentações no local, que ficou sete anos fechado
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo estuda ampliar a quantidade de
sessões experimentais do planetário do parque Ibirapuera
(zona sul da cidade), reaberto
após sete anos. Nas duas sessões do final de semana, uma
anteontem e a outra ontem,
cerca de 600 pessoas, no total,
ficaram de fora.
"Podemos reavaliar", afirmou à Folha o secretário
Eduardo Jorge (Verde e Meio
Ambiente). A mudança, segundo ele, pode ocorrer já para a
sessão do próximo sábado.
Anteontem, Jorge, postado
diante da porta fechada do planetário, foi cercado por usuários insatisfeitos por não conseguir uma das 280 senhas distribuídas. Segundo ele, a prefeitura marcou uma única sessão por dia para "treinamento
de funcionários". "Foi uma sessão de teste. Já havíamos divulgado que seria uma apenas.
Não posso falar uma coisa e depois mudar", dizia às pessoas
que o procuravam. "Vai passar
o resto da vida tendo sessão."
Até a estréia da atração, a
prefeitura previa estender a
grade de funcionamento apenas em novembro, quando a
prefeitura começará a cobrar
ingresso -em torno de R$ 5.
As sessões experimentais e
gratuitas estão programadas
para ocorrer uma vez por dia
nos finais de semana. A partir
de 12 de outubro, o planetário
passará a funcionar também às
quintas-feiras, às 19h30.
"Absurdo"
"Acho um absurdo a prefeitura fazer uma apresentação
só. Eles não sabiam que ia lotar
de gente?", bradava a cozinheira Amara Jovem dos Santos, 53,
que foi sábado com o filho
Thiago, 11, ao planetário. Amara deixou Itaquera, onde mora,
às 8h30, tomou uma lotação e
um ônibus para chegar ao Ibirapuera. Entrou na fila às 13h,
mas não pegou a senha. "Vim
aqui só por causa dele [filho],
que gosta de astronomia", diz.
Ontem, mesmo com temperatura baixa e tempo nublado, a
alta procura tornou a se repetir.
Segundo a Guarda Civil Metropolitana, os agentes da GCM foram pressionados por usuários
a estender o número de sessões. Uma senhora chegou a
discutir com um guarda.
Quem conseguiu assistir à
apresentação aprovou. "Eu já
tinha vindo aqui antes de fechar. Agora trouxe meu neto",
afirmou, anteontem, a dona-de-casa Tereza Cortez, 57,
acompanhada de Cauê, 5. Ela
pegou a fila para distribuição de
senhas pouco antes das 13h
-duas horas antes, portanto,
da sessão. "O problema foi a demora, mas valeu a pena."
Tom emocional
Dentro da sala, com os 280
lugares lotados, a sessão inaugural, de cerca de 30 minutos,
teve tom emocional -contou
com depoimentos em que ex-diretores e o atual diretor do
planetário, Fernando Nascimento, comemoram o retorno
das apresentações.
Em seguida, os espectadores
assistiram a uma reprodução
do céu de São Paulo em janeiro
de 1957, mês de inauguração do
planetário. O recurso foi obtido
graças ao projetor StarMaster,
de R$ 6 milhões, com capacidade para projetar o céu visto a
partir de qualquer ponto conhecido do universo.
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