São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006

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Prefeitura estuda ampliar sessões do novo planetário

Apesar do tempo ruim, cerca de 300 pessoas ficaram do lado de fora e reclamaram ontem, no parque Ibirapuera

Secretário Eduardo Jorge admite que, por conta da demanda, pode realizar mais apresentações no local, que ficou sete anos fechado

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo estuda ampliar a quantidade de sessões experimentais do planetário do parque Ibirapuera (zona sul da cidade), reaberto após sete anos. Nas duas sessões do final de semana, uma anteontem e a outra ontem, cerca de 600 pessoas, no total, ficaram de fora.
"Podemos reavaliar", afirmou à Folha o secretário Eduardo Jorge (Verde e Meio Ambiente). A mudança, segundo ele, pode ocorrer já para a sessão do próximo sábado.
Anteontem, Jorge, postado diante da porta fechada do planetário, foi cercado por usuários insatisfeitos por não conseguir uma das 280 senhas distribuídas. Segundo ele, a prefeitura marcou uma única sessão por dia para "treinamento de funcionários". "Foi uma sessão de teste. Já havíamos divulgado que seria uma apenas. Não posso falar uma coisa e depois mudar", dizia às pessoas que o procuravam. "Vai passar o resto da vida tendo sessão."
Até a estréia da atração, a prefeitura previa estender a grade de funcionamento apenas em novembro, quando a prefeitura começará a cobrar ingresso -em torno de R$ 5.
As sessões experimentais e gratuitas estão programadas para ocorrer uma vez por dia nos finais de semana. A partir de 12 de outubro, o planetário passará a funcionar também às quintas-feiras, às 19h30.

"Absurdo"
"Acho um absurdo a prefeitura fazer uma apresentação só. Eles não sabiam que ia lotar de gente?", bradava a cozinheira Amara Jovem dos Santos, 53, que foi sábado com o filho Thiago, 11, ao planetário. Amara deixou Itaquera, onde mora, às 8h30, tomou uma lotação e um ônibus para chegar ao Ibirapuera. Entrou na fila às 13h, mas não pegou a senha. "Vim aqui só por causa dele [filho], que gosta de astronomia", diz.
Ontem, mesmo com temperatura baixa e tempo nublado, a alta procura tornou a se repetir. Segundo a Guarda Civil Metropolitana, os agentes da GCM foram pressionados por usuários a estender o número de sessões. Uma senhora chegou a discutir com um guarda.
Quem conseguiu assistir à apresentação aprovou. "Eu já tinha vindo aqui antes de fechar. Agora trouxe meu neto", afirmou, anteontem, a dona-de-casa Tereza Cortez, 57, acompanhada de Cauê, 5. Ela pegou a fila para distribuição de senhas pouco antes das 13h -duas horas antes, portanto, da sessão. "O problema foi a demora, mas valeu a pena."

Tom emocional
Dentro da sala, com os 280 lugares lotados, a sessão inaugural, de cerca de 30 minutos, teve tom emocional -contou com depoimentos em que ex-diretores e o atual diretor do planetário, Fernando Nascimento, comemoram o retorno das apresentações.
Em seguida, os espectadores assistiram a uma reprodução do céu de São Paulo em janeiro de 1957, mês de inauguração do planetário. O recurso foi obtido graças ao projetor StarMaster, de R$ 6 milhões, com capacidade para projetar o céu visto a partir de qualquer ponto conhecido do universo.


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