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PF terá acesso a programa que ajuda a rastrear pedofilia
Agentes poderão usar banco de dados no combate a esse tipo de crime no mundo
Brasil começará a utilizar o programa, desenvolvido pela Microsoft, a partir do ano que vem; outros sete países usam a ferramenta
DA SUCURSAL DO RIO
Um convênio da Polícia Federal com a Microsoft dará ao
Brasil, a partir de 2009, acesso
a um banco de dados que ajudará no combate à pedofilia, à
pornografia infantil pela internet e ao abuso de crianças.
O acordo permitirá que o país
use o software Cets (sigla em
inglês para Sistema de Rastreio
de Exploração Infantil), em que
as polícias obtêm e cruzam dados sobre esse tipo de crime.
O programa, desenvolvido
em 2003 pela empresa americana em parceria com uma
ONG canadense, é doado pela
Microsoft para ajudar a combater crimes cibernéticos e abusos contra crianças e jovens.
Essa modalidade cresceu
2.000% desde 1996, segundo o
FBI (a polícia federal dos Estados Unidos), e ganhou impulso
com o fortalecimento da internet. Hoje, outros sete países já
usam o software.
A ferramenta contém informações capazes de fazer conexões e dar alertas quando dados
semelhantes são incluídos no
sistema -como um apelido
usado por um suspeito na rede,
um IP (endereço virtual de um
computador) ou uma vítima.
Atualmente, o programa é
capaz até de encontrar na internet imagens duplicadas que
podem ser de pornografia infantil ou de figuras inocentes,
como a de um ursinho de pelúcia usado por um pedófilo para
atrair crianças.
"O Cets é um banco de dados:
só existe e fica vivo se os investigadores colaboram e alimentam o sistema. [A quantidade
de casos é tão grande que] Mexer com isso em papel é complicado, porque o crescimento é
exponencial", explica a gerente
de Programas de Governo da
Microsoft para a América Latina, a brasileira Márcia Teixeira.
O Reino Unido informou que
138 crianças foram identificadas e resgatadas de situações
de abusos e 240 pessoas foram
presas graças à participação
do Cets, segundo o mentor do
programa, o canadense Paul
Gillespie, presidente da Aliança
para a Segurança de Crianças
na Internet.
Apesar de ter chegado ao
Brasil em 2005, só agora a PF
está conseguindo se estruturar
para operar o programa.
O perito criminal federal e
coordenador de Tecnologia da
Informação da PF, Paulo Quintiliano, é um dos responsáveis
pela implementação do projeto
no país e pelo treinamento dos
usuários na corporação.
De acordo com ele, a demora
se deve à adaptação do programa para o português e ao treinamento de 200 policiais para
operar o sistema.
Os 13 servidores de grande
porte comprados pela PF ficarão baseados em Brasília, mas o
sistema poderá ser usado em
todo o país, mediante o compromisso de compartilhamento de dados. A Secretaria da Segurança Pública do Rio de Janeiro assinou acordo com a Microsoft e a PF para usar o Cets.
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