São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2008

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PF terá acesso a programa que ajuda a rastrear pedofilia

Agentes poderão usar banco de dados no combate a esse tipo de crime no mundo

Brasil começará a utilizar o programa, desenvolvido pela Microsoft, a partir do ano que vem; outros sete países usam a ferramenta

DA SUCURSAL DO RIO

Um convênio da Polícia Federal com a Microsoft dará ao Brasil, a partir de 2009, acesso a um banco de dados que ajudará no combate à pedofilia, à pornografia infantil pela internet e ao abuso de crianças.
O acordo permitirá que o país use o software Cets (sigla em inglês para Sistema de Rastreio de Exploração Infantil), em que as polícias obtêm e cruzam dados sobre esse tipo de crime.
O programa, desenvolvido em 2003 pela empresa americana em parceria com uma ONG canadense, é doado pela Microsoft para ajudar a combater crimes cibernéticos e abusos contra crianças e jovens.
Essa modalidade cresceu 2.000% desde 1996, segundo o FBI (a polícia federal dos Estados Unidos), e ganhou impulso com o fortalecimento da internet. Hoje, outros sete países já usam o software.
A ferramenta contém informações capazes de fazer conexões e dar alertas quando dados semelhantes são incluídos no sistema -como um apelido usado por um suspeito na rede, um IP (endereço virtual de um computador) ou uma vítima.
Atualmente, o programa é capaz até de encontrar na internet imagens duplicadas que podem ser de pornografia infantil ou de figuras inocentes, como a de um ursinho de pelúcia usado por um pedófilo para atrair crianças.
"O Cets é um banco de dados: só existe e fica vivo se os investigadores colaboram e alimentam o sistema. [A quantidade de casos é tão grande que] Mexer com isso em papel é complicado, porque o crescimento é exponencial", explica a gerente de Programas de Governo da Microsoft para a América Latina, a brasileira Márcia Teixeira.
O Reino Unido informou que 138 crianças foram identificadas e resgatadas de situações de abusos e 240 pessoas foram presas graças à participação do Cets, segundo o mentor do programa, o canadense Paul Gillespie, presidente da Aliança para a Segurança de Crianças na Internet.
Apesar de ter chegado ao Brasil em 2005, só agora a PF está conseguindo se estruturar para operar o programa.
O perito criminal federal e coordenador de Tecnologia da Informação da PF, Paulo Quintiliano, é um dos responsáveis pela implementação do projeto no país e pelo treinamento dos usuários na corporação.
De acordo com ele, a demora se deve à adaptação do programa para o português e ao treinamento de 200 policiais para operar o sistema.
Os 13 servidores de grande porte comprados pela PF ficarão baseados em Brasília, mas o sistema poderá ser usado em todo o país, mediante o compromisso de compartilhamento de dados. A Secretaria da Segurança Pública do Rio de Janeiro assinou acordo com a Microsoft e a PF para usar o Cets.


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