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Sensor pode ter causado colisão no Playcenter
Equipamento eletrônico libera trenzinho parado na plataforma e freia o que vem; choque deixou 16 feridos
Crianças de 10 a 12 anos se feriram anteontem; polícia deve fazer simulação do acidente no próprio parque
DO "AGORA"
DE SÃO PAULO
Uma falha no sensor eletrônico que libera o trenzinho parado na plataforma e
freia o que está por chegar é,
até agora, a hipótese da polícia para o acidente que deixou 16 feridos anteontem na
montanha-russa "Looping
Star" do Playcenter, na Barra
Funda, zona oeste de SP.
O brinquedo será parcialmente desmontado nos próximos dias para apuração da
falha. A engrenagem responsável por frear o equipamento passará por avaliações do
Instituto de Criminalística.
Antes disso, a polícia deve
fazer uma simulação do acidente no próprio parque de
diversões para reconstituir o
momento em que as crianças
-de 10 a 12 anos, que tiveram
cortes no rosto e fraturaram o
nariz e o maxilar- se feriram.
A última vítima internada,
Natália, 11, que havia fraturado o nariz, deixou ontem o
hospital, depois de se recuperar de uma cirurgia plástica. O Playcenter diz ter pago
todas as despesas médicas.
Segundo o delegado Marco Aurélio Floridi Batista,
que investiga o acidente, o
trenzinho onde estavam as
vítimas teve sua velocidade
reduzida ao passar por um
primeiro sistema de freios, de
acionamento mecânico.
Após esse estágio, a passagem do comboio deveria
acionar um segundo sensor
eletrônico, que fica a 15 metros da plataforma de desembarque. Esse dispositivo liberaria o trenzinho que estava
parado na plataforma e pararia o que chegou.
"O sistema de freios falhou. Pode ter arrebentado
algum componente, mas isso
ainda não é confirmado. O
brinquedo tem 14 anos e
nunca teve nenhum problema", disse o perito Ariston
Mendró, do Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto em 30 dias.
A polícia científica também esteve ontem no parque
para avaliar o brinquedo,
mas disse não ter encontrado
nenhum sinal de desgaste ou
falha na montanha-russa.
Técnicos do Contru (Departamento de Controle do
Uso de Imóveis) foram ao
Playcenter para vistoriar o
brinquedo. Eles pediram à
administração do parque toda documentação referente
ao "Looping Star" e ao funcionamento do Playcenter.
Ontem, o responsável pelo
parque, o operador da montanha-russa e o encarregado
da manutenção foram ouvidos pelo delegado.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as responsabilidades pelas lesões
corporais e apurar possível
negligência do Playcenter na
manutenção ou na operação
da montanha-russa.
O parque afirma que o
brinquedo passa por manutenção diária.
Segundo o delegado, o
parque não avisou aos bombeiros nem às polícias Civil e
Militar sobre o acidente. O
Playcenter diz ter infraestrutura para atender acidentes e
situações de emergência e,
por isso, não chamou o socorro.
(MATEUS PARREIRAS e VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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