São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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Sensor pode ter causado colisão no Playcenter

Equipamento eletrônico libera trenzinho parado na plataforma e freia o que vem; choque deixou 16 feridos

Crianças de 10 a 12 anos se feriram anteontem; polícia deve fazer simulação do acidente no próprio parque

DO "AGORA"
DE SÃO PAULO

Uma falha no sensor eletrônico que libera o trenzinho parado na plataforma e freia o que está por chegar é, até agora, a hipótese da polícia para o acidente que deixou 16 feridos anteontem na montanha-russa "Looping Star" do Playcenter, na Barra Funda, zona oeste de SP.
O brinquedo será parcialmente desmontado nos próximos dias para apuração da falha. A engrenagem responsável por frear o equipamento passará por avaliações do Instituto de Criminalística.
Antes disso, a polícia deve fazer uma simulação do acidente no próprio parque de diversões para reconstituir o momento em que as crianças -de 10 a 12 anos, que tiveram cortes no rosto e fraturaram o nariz e o maxilar- se feriram.
A última vítima internada, Natália, 11, que havia fraturado o nariz, deixou ontem o hospital, depois de se recuperar de uma cirurgia plástica. O Playcenter diz ter pago todas as despesas médicas.
Segundo o delegado Marco Aurélio Floridi Batista, que investiga o acidente, o trenzinho onde estavam as vítimas teve sua velocidade reduzida ao passar por um primeiro sistema de freios, de acionamento mecânico.
Após esse estágio, a passagem do comboio deveria acionar um segundo sensor eletrônico, que fica a 15 metros da plataforma de desembarque. Esse dispositivo liberaria o trenzinho que estava parado na plataforma e pararia o que chegou.
"O sistema de freios falhou. Pode ter arrebentado algum componente, mas isso ainda não é confirmado. O brinquedo tem 14 anos e nunca teve nenhum problema", disse o perito Ariston Mendró, do Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto em 30 dias.
A polícia científica também esteve ontem no parque para avaliar o brinquedo, mas disse não ter encontrado nenhum sinal de desgaste ou falha na montanha-russa.
Técnicos do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) foram ao Playcenter para vistoriar o brinquedo. Eles pediram à administração do parque toda documentação referente ao "Looping Star" e ao funcionamento do Playcenter.
Ontem, o responsável pelo parque, o operador da montanha-russa e o encarregado da manutenção foram ouvidos pelo delegado.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as responsabilidades pelas lesões corporais e apurar possível negligência do Playcenter na manutenção ou na operação da montanha-russa.
O parque afirma que o brinquedo passa por manutenção diária.
Segundo o delegado, o parque não avisou aos bombeiros nem às polícias Civil e Militar sobre o acidente. O Playcenter diz ter infraestrutura para atender acidentes e situações de emergência e, por isso, não chamou o socorro.
(MATEUS PARREIRAS e VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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