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SP Alimentação é condenada a devolver verba por fraude no RS
Fornecedora de merenda escolar terá de restituir R$ 3,6 milhões
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
A empresa SP Alimentação foi condenada a devolver
R$ 3,6 milhões aos cofres públicos por fraudar a licitação
e o contrato de fornecimento
de merenda escolar no município de Canoas (RS).
A condenação foi feita pelo TCU (Tribunal de Contas
da União) no início deste mês
e inclui uma multa de R$ 200
mil a ser paga pela empresa,
pelo ex-prefeito da cidade,
Marcos Antonio Roncheti, e
pelo ex-secretário da Educação, Marcos Zandonai.
O empresário Eloizo Gomes Afonso Durães, dono da
SP Alimentação, foi preso anteontem em São Paulo, acusado de pagar propina a dois
vereadores de Limeira (SP)
para votarem contra uma CPI
que apuraria o fornecimento
de merenda na cidade.
Os condenados no caso do
RS, que refutaram as acusações na defesa já apresentada ao TCU, ainda podem recorrer ao próprio tribunal.
Segundo o relator da matéria, ministro Aroldo Cedraz,
houve direcionamento da licitação para a SP, além de o
resultado do processo de terceirização da merenda ter sido prejudicial à qualidade
dos alimentos servidos.
O relatório mostra que a SP
ganhava para fornecer carne
moída de primeira e dava aos
alunos produto de segunda.
Aponta ainda que o custo
da merenda aumentou de R$
1 milhão em 2004, antes da
terceirização, para R$ 3,5 milhões em 2005, já com o processo terceirizado, chegando
a R$ 5,3 milhões em 2007.
A SP, segundo o TCU, também incorporou o estoque de
alimentos do município sem
ressarcir os cofres públicos.
De acordo com o relatório,
a licitação foi direcionada para a vitória da SP. Sua concorrente no certame era uma
empresa cujos donos tinham
relações com a SP.
OUTRO LADO
A SP Alimentação alega
que o TCU fez uma "comparação simplista" entre os preços da merenda direta e o da
terceirizada. Essa alegação já
foi rejeitada pelo tribunal.
Já o ex-prefeito e o ex-secretário disseram que o contrato com a SP foi vantajoso
na relação custo/benefício,
embora tenham admitido falhas no processo licitatório.
Em nota divulgada ontem,
a SP Alimentação disse lamentar "profundamente" a
prisão de seu proprietário.
"Sabemos que a motivação
disso se deu por conta do ressentimento pessoal e de prováveis interesses comerciais
e ideológicos daqueles que
defendiam o modelo antigo."
A SP diz estar no mercado
há dez anos e servir mais de 1
milhão de refeições ao dia.
(DIMMI AMORA E ROGÉRIO PAGNAN)
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