São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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DJALMA URBAN (1917-2010)

Um pintor de paisagens impressionistas

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Na infância, Djalma Urban já demonstrava levar jeito para a pintura. Seus pais, um protético e uma professora, assim que perceberam o talento do garoto, logo trataram de metê-lo numa escola de artes em São Paulo, para onde haviam se mudado.
Quando cresceu, o rapaz nascido em Leme (SP) foi viver de sua arte -e ajudou os pais com o dinheiro que começou a ganhar. Paisagista de estilo impressionista, ficou conhecido como "pintor colorista". São frequentes em seus quadros trens e navios.
Para o interior paulista Djalma voltava frequentemente só para pintar as paisagens que via por lá, lembra a irmã Orayde, funcionária pública federal aposentada.
Em São Paulo, ele trabalhou como ilustrador em jornais e foi professor de pintura. Até para o pai ele deu aulas -o antigo protético começou a fazer quadros e esculturas, como hobby.
Segundo o amigo Walter Handro, vice-presidente da APBA (Associação Paulista de Belas Artes), o ateliê que Djalma tinha em sua ampla casa na Cantareira mais parecia uma galeria de arte.
Diariamente, o artista costumava ir bem cedinho para o local de trabalho e só queria saber de pintar, como conta a irmã. Em sua casa, ele chegou a ensinar de 60 a 70 alunos numa mesma época, segundo Walter, que foi também aluno de Djalma.
Suas obras costumavam ser vendidas na praça da República, centro de São Paulo -não trabalhava com galerias, pois preferia negociar diretamente com os compradores. Djalma também tinha seus clientes fiéis, que encomendavam quadros -um desembargador de Justiça chegou a comprar 200 deles.
Em 1942, ajudou a fundar a APBA -aos 92 anos, era o último dos fundadores da associação ainda vivo.
No Brasil, conquistou mais de 300 prêmios. Na Holanda e em Portugal, países em que expôs, ganhou medalhas.
Nos últimos três anos, enfrentando problemas cardíacos e uma diabetes, parou de fazer quadros. Estava casado com Maria Franco Urban, uma professora aposentada. O casal não teve filhos.
Morreu anteontem, em São Paulo, em decorrência de problemas cardíacos.

coluna.obituario@uol.com.br


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