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DJALMA URBAN (1917-2010)
Um pintor de paisagens impressionistas
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Na infância, Djalma Urban
já demonstrava levar jeito
para a pintura. Seus pais, um
protético e uma professora,
assim que perceberam o talento do garoto, logo trataram de metê-lo numa escola
de artes em São Paulo, para
onde haviam se mudado.
Quando cresceu, o rapaz
nascido em Leme (SP) foi viver de sua arte -e ajudou os
pais com o dinheiro que começou a ganhar. Paisagista
de estilo impressionista, ficou conhecido como "pintor
colorista". São frequentes em
seus quadros trens e navios.
Para o interior paulista
Djalma voltava frequentemente só para pintar as paisagens que via por lá, lembra
a irmã Orayde, funcionária
pública federal aposentada.
Em São Paulo, ele trabalhou como ilustrador em jornais e foi professor de pintura. Até para o pai ele deu aulas -o antigo protético começou a fazer quadros e esculturas, como hobby.
Segundo o amigo Walter
Handro, vice-presidente da
APBA (Associação Paulista
de Belas Artes), o ateliê que
Djalma tinha em sua ampla
casa na Cantareira mais parecia uma galeria de arte.
Diariamente, o artista costumava ir bem cedinho para
o local de trabalho e só queria saber de pintar, como
conta a irmã. Em sua casa,
ele chegou a ensinar de 60 a
70 alunos numa mesma época, segundo Walter, que foi
também aluno de Djalma.
Suas obras costumavam
ser vendidas na praça da República, centro de São Paulo
-não trabalhava com galerias, pois preferia negociar
diretamente com os compradores. Djalma também tinha
seus clientes fiéis, que encomendavam quadros -um
desembargador de Justiça
chegou a comprar 200 deles.
Em 1942, ajudou a fundar a
APBA -aos 92 anos, era o último dos fundadores da associação ainda vivo.
No Brasil, conquistou mais
de 300 prêmios. Na Holanda
e em Portugal, países em que
expôs, ganhou medalhas.
Nos últimos três anos, enfrentando problemas cardíacos e uma diabetes, parou de
fazer quadros. Estava casado
com Maria Franco Urban,
uma professora aposentada.
O casal não teve filhos.
Morreu anteontem, em
São Paulo, em decorrência
de problemas cardíacos.
coluna.obituario@uol.com.br
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