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Urna em Seringal do Acre atrasa totalização
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Instalada dentro de um seringal
no município de Mâncio Lima, no
Acre, uma urna eletrônica destinada a atender 525 eleitores ainda
impedia a apuração final ontem à
tarde, 24 horas depois do término
da votação do referendo sobre a
proibição do comércio de armas e
munição.
Técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disseram que o
tribunal do Acre pretendia utilizar um helicóptero da Aeronáutica para recolher o disquete com o
resultado daquela votação ainda
ontem. Como isso não foi possível, a divulgação final da apuração
deverá ser feita hoje.
Nas outras 18 seções eleitorais
do mesmo município, a abstenção foi de 35,68%, contra a média
nacional de 21,85%, provavelmente em razão das dificuldades
de deslocamento.
Sem considerar o resultado da
urna do seringal São Salvador, de
Mâncio Lima, o TSE havia contabilizado o voto de 95,375 milhões
de pessoas e registrado a ausência
de outros 26,666 milhões. Embora
faltasse a apuração de uma urna
das 332.368 distribuídas pelo país,
o TSE considerou que 100% já estavam apuradas, já que o total de
votos na urna era pequeno.
Houve 1,604 milhão de votos
nulos e 1,329 milhão de votos em
branco. O "não" recebeu 59,109
milhões de votos (63,9%), e o
"sim", 33,333 milhões (36,06%).
Historicamente, a região Norte
registra as maiores dificuldades
de apuração de votações, por causa das grandes distâncias, da precariedade das estradas e da falta
de rede de telefonia. Neste ano,
houve ainda a redução do nível
dos rios decorrente da seca, comprometendo o transporte fluvial.
Por causa disso, o Norte teve a
maior abstenção (27,9%).
O "não" venceu nas 27 capitais e
em dez delas superou a média nacional, de 63,9%.
A adesão do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva à campanha
pela proibição do comércio de armas não garantiu a vitória do
"sim" em Caetés (PE), cidade natal dele, nem em Garanhuns, que
na época do nascimento dele englobava Caetés, nem em São Bernardo do Campo (SP), onde vota.
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