|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENSINO SUPERIOR
Professores, alunos e funcionários protestam contra sistema eleitoral; Adusp entrou na Justiça para mudar pleito
Eleição para reitor da USP começa hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob protestos dos representantes de professores, de estudantes e
de funcionários, a USP começa a
escolher o seu novo reitor hoje,
quando será realizado o primeiro
turno da eleição.
Setores da universidade criticam o sistema eleitoral, que concentra o poder na mão dos docentes. Eles representam 87% dos
1.706 eleitores -só podem votar
os integrantes do Conselho Universitário (órgão máximo da universidade), dos conselhos centrais
(que deliberam sobre a graduação, a pós-graduação, a pesquisa,
a cultura e a extensão) e das congregações das unidades.
"É um processo muito autoritário, centralizado", afirma o vice-presidente da Adusp (Associação
dos Docentes da USP), Francisco
Miraglia. A entidade chegou a entrar com um mandado de segurança na Justiça, pedindo a suspensão do pleito. Até ontem, a liminar não havia sido julgada.
A alegação da Adusp é que a
universidade desrespeita a LDB
(Lei de Diretrizes e Bases da Educação), que prevê que 70% do colégio que elege o dirigente da universidade seja formado por docentes. Há um entendimento na
USP de que essa é a proporção
mínima exigida pela lei e por isso,
não haveria ilegalidade.
Os representantes dos funcionários e dos estudantes, que também criticam o sistema, recomendaram aos eleitores que anulem
seus votos para protestar.
O atual reitor, Adolpho José
Melfi, afirma que "até pode haver
maior participação de estudantes
e de funcionários" no futuro, mas
considera errado fazer grandes alterações. "O voto dos professores,
que dedicam a vida à universidade, não pode valer o mesmo que o
de um estudante que passa quatro
anos aqui e vai embora."
Todos os 890 professores titulares (maior posição da carreira)
são elegíveis, mas há apenas cinco
em campanha: Adilson Avansi de
Abreu, 62, pró-reitor de cultura e
extensão, Antonio Marcos Massola, 61, coordenador do espaço
físico da USP, Hélio Nogueira da
Cruz, 56, vice-reitor, Sedi Hirano,
65, diretor da FFLCH (Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), e Suely Vilela, 51, pró-reitora de pós-graduação.
O resultado do primeiro turno
está previsto para sair ainda hoje.
Oito professores passarão para o
segundo -ou seja, se classificarão docentes que não estão em
campanha. A votação final será
feita em 8 de novembro. Daí, sairá
uma lista com três nomes, que será encaminhada ao governador
Geraldo Alckmin (PSDB), a quem
caberá escolher o novo reitor.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Educação: Paralisação de professores não afeta aulas Índice
|