|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Temporal paralisa o Rio, mata criança e fecha túnel Rebouças
Deslizamento de cerca de 3.000 toneladas de terra fechou a principal interligação entre zonas norte e sul da cidade
Ainda não há data para reabertura do túnel; chuva provocou o fechamento do aeroporto Santos Dumont
e afetou ponte-aérea Rio-SP
ITALO NOGUEIRA
MÁRCIA BRASIL
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
Um temporal de 24 horas
com volume de água equivalente a 48 dias de chuva atingiu ontem o Rio, paralisou a cidade e
provocou a morte de uma
criança de nove anos na Baixada Fluminense. O túnel Rebouças, que liga as zonas norte e
sul, foi fechado em razão de um
deslizamento de cerca de 3.000
toneladas de terra na entrada
de uma das galerias.
O temporal provocou ainda
alagamentos nas principais
vias da cidade, o que atrapalhou
ainda mais o fluxo de trânsito.
O aeroporto Santos Dumont
permaneceu fechado durante
todo o dia. O fechamento provocou reflexos em outros aeroportos do país e afetou a ponte-aérea Rio-São Paulo. Em Congonhas, até as 23h, dos 276 vôos
programados, 71 foram cancelados e 66 sofreram atraso. À
tarde, a TAM chegou a suspender a venda de passagens para
os dois aeroportos do Rio. Gol e
Varig também pararam de vender passagens, mas apenas para
o Santos Dumont.
Faltou luz em seis bairros da
capital fluminense e sete municípios da região metropolitana.
Houve 280 chamados à Defesa
Civil Estadual só na capital -o
dobro do registrado em média.
Os desvios feitos pela prefeitura não foram suficientes. Todos os acesso ao centro e ao túnel, onde trafegam 180 mil veículos por dia, ficaram congestionados. Metrô e trem ficaram
superlotados e quem decidiu
esperar os ônibus teve dificuldade para chegar ao destino.
Segundo a secretaria de
Transporte, o tempo médio de
viagem do carioca no trânsito
foi multiplicado por três.
A estação do Sumaré apontou um volume de chuva de 229
mm entre as 19h de ontem e de
anteontem -a média diária nos
nove primeiros meses do ano
foi de 4,7 mm. A previsão para
as próximas 48h é de chuva.
A prefeitura não sabia quando seria possível liberar o túnel.
A chuva fina durante todo o dia
impedia o trabalho dos técnicos. A interdição pode durar até
uma semana.
Os primeiros sinais de que a
terra do morro Cerro Corá cedia foram dados às 16h de anteontem. A via foi fechada às
22h. Meia hora depois houve o
primeiro dos sete fortes deslizamentos que atingiram a área
até a conclusão desta edição.
"Vamos analisar de forma
técnica para descobrir a razão
[do deslizamento] e estudar
medidas de prevenção para que
isso não ocorra mais", afirmou
o prefeito Cesar Maia (DEM).
Técnicos afirmaram que
4.000 toneladas da terra que
ainda não havia deslizado apresentavam instabilidade.
A chuva afetou também cidades da Baixada Fluminense.
Em Mesquita, Ronaldo da Silva
Ribeiro, 9, morreu afogado ao
cair em um bueiro. O número
de desabrigados passou de 400
à noite, podendo ter chegado a
800, segundo Defesa Civil e
prefeituras da região.
Colaborou RAFAEL TARGINO
Texto Anterior: Associação estima queda de 10% no consumo Próximo Texto: Depoimento: Gerente do Rio enfrenta ratos e trânsito de 4 h Índice
|