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Autoridades divergem sobre causa do acidente
DA SUCURSAL DO RIO
Autoridades estaduais e municipais do Rio deram justificativas desencontradas sobre as
causas que levaram 3.000 toneladas de terra a paralisar o trânsito na cidade.
Além da chuva, o prefeito da
capital, Cesar Maia (DEM),
atribuiu o deslizamento a uma
adutora da Cedae (companhia
de águas do Estado) que teria
sido rompida. O presidente da
companhia nega inclusive a
existência da tubulação.
"Estamos trabalhando em cima de uma tubulação com homens da prefeitura junto com
técnicos da Cedae. Vamos analisar se um possível vazamento
é a razão deste deslizamento",
afirmou Maia.
O presidente da Cedae, Wagner Victer, afirmou que "não
existe tubulação da Cedae naquela área". "Se alguém falou
isso para o prefeito, há três opções: é mal-informado, mal-intencionado ou não tem formação técnica...Essa hipótese não
é improvável, é impossível."
Segundo o presidente da
Geo-Rio (Instituto Geotécnica
do Rio de Janeiro), Mauro Baptista, técnicos verificaram anteontem à noite, logo após o
início dos deslizamentos, uma
saída de água "não-compatível
com o volume de chuva". "Estamos investigando a origem desta saída", disse.
O secretário Municipal de
Obras, Eider Dantas, atribuiu o
deslizamento exclusivamente à
chuva. "O muro de contenção
fez seu trabalho. Não rachou,
não quebrou e não cedeu. A terra passou sobre o muro."
De acordo com o professor
do Laboratório de Geotecnia da
Coppe/UFRJ Maurício Ehrlich, o muro do local não é de
contenção, mas de impacto.
"O muro de impacto impede
que a terra desça até os carros.
O de contenção impede o deslizamento". Na avaliação de Ehrlich, a chuva foi determinante
para o deslizamento de terra.
Ele também acha que lixo e
aterros da favela Cerro Corá, a
30 metros do local podem ter
contribuído. "Aquele local tem
de ser vistoriado permanentemente", afirma.
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