São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2007

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Autoridades divergem sobre causa do acidente

DA SUCURSAL DO RIO

Autoridades estaduais e municipais do Rio deram justificativas desencontradas sobre as causas que levaram 3.000 toneladas de terra a paralisar o trânsito na cidade.
Além da chuva, o prefeito da capital, Cesar Maia (DEM), atribuiu o deslizamento a uma adutora da Cedae (companhia de águas do Estado) que teria sido rompida. O presidente da companhia nega inclusive a existência da tubulação.
"Estamos trabalhando em cima de uma tubulação com homens da prefeitura junto com técnicos da Cedae. Vamos analisar se um possível vazamento é a razão deste deslizamento", afirmou Maia.
O presidente da Cedae, Wagner Victer, afirmou que "não existe tubulação da Cedae naquela área". "Se alguém falou isso para o prefeito, há três opções: é mal-informado, mal-intencionado ou não tem formação técnica...Essa hipótese não é improvável, é impossível."
Segundo o presidente da Geo-Rio (Instituto Geotécnica do Rio de Janeiro), Mauro Baptista, técnicos verificaram anteontem à noite, logo após o início dos deslizamentos, uma saída de água "não-compatível com o volume de chuva". "Estamos investigando a origem desta saída", disse.
O secretário Municipal de Obras, Eider Dantas, atribuiu o deslizamento exclusivamente à chuva. "O muro de contenção fez seu trabalho. Não rachou, não quebrou e não cedeu. A terra passou sobre o muro."
De acordo com o professor do Laboratório de Geotecnia da Coppe/UFRJ Maurício Ehrlich, o muro do local não é de contenção, mas de impacto.
"O muro de impacto impede que a terra desça até os carros. O de contenção impede o deslizamento". Na avaliação de Ehrlich, a chuva foi determinante para o deslizamento de terra. Ele também acha que lixo e aterros da favela Cerro Corá, a 30 metros do local podem ter contribuído. "Aquele local tem de ser vistoriado permanentemente", afirma.


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