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Polícia investiga padre Júlio por suposta corrupção de menores
Inquérito foi aberto após ex-funcionária da Casa Vida afirmar, em depoimento, que viu o padre em "atos libidinosos" com jovem
Policiais civis não quiseram detalhar o depoimento
nem divulgar o nome da testemunha; crime prevê pena de 1 a 4 anos de prisão
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
DIEGO ZANCHETTA
DO "AGORA"
A Polícia Civil de São Paulo
decidiu investigar o padre Júlio
Lancelotti por suposta corrupção de menores. Ontem, foi instaurado inquérito com base no
depoimento de uma ex-funcionária da Casa Vida 2, na Mooca
(zona leste de SP), uma das entidades ligadas ao padre. Ela,
segundo a polícia, afirmou ter
presenciado Lancelotti em
"atos libidinosos" com um adolescente, entre 15 e 16 anos.
O crime de corrupção de menores prevê pena de um a quatro anos de prisão.
Os policiais envolvidos na investigação disseram não poder
dar detalhes do que seriam os
"atos libidinosos", mas afirmaram não se tratar de relação sexual. Disseram não poder também informar o nome dessa testemunha, a pedido dela.
Segundo o delegado Marco
Antônio Bernardino Santos, a
mulher diz ter trabalhado durante nove meses na entidade e
que o fato narrado aconteceu
em 1999. "Ela disse que ouvia
falar coisas desse tipo [que o
padre tinha relacionamentos
com menores], mas que nunca
acreditou. Até que viu."
Ainda segundo a polícia, a ex-funcionária disse não saber informar o nome do adolescente,
mas diz acreditar que pode
identificá-lo. Outros funcionários da casa também serão ouvidos pela polícia, que tentará
primeiro identificar o menor.
Os policiais que investigam a
suposta corrupção de menores
são os mesmos encarregados
de investigar a denúncia de extorsão que o padre disse ter sido vítima. O religioso afirma ter
dado cerca de R$ 80 mil durante três anos a Anderson Marcos
Batista, um ex-interno da Febem que fazia ameaças a ele, inclusive de acusá-lo publicamente de pedofilia.
Santos disse não saber se a
testemunha ouvida é a mesma
mulher apresentada anonimamente pela Rede Record no último domingo, que relatou ter
visto o padre beijar um adolescente. "Nem perguntamos isso
para ela", afirmou o policial.
Procurado, o padre Júlio disse que não vai comentar o assunto até ter conhecimento do
teor do depoimento da ex-funcionária.
A Arquidiocese de São Paulo
informou ontem, por meio de
sua assessoria, que as acusações contra o padre são infundadas (leia texto nesta página).
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