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Gastos de vereadores com telefone dobram
Câmara não divulga dados detalhados das despesas
DA REPORTAGEM LOCAL
Na segunda prestação de
contas sobre o uso da verba de
gabinete, os vereadores de São
Paulo mais que dobraram os
gastos com telefones fixo e celular e com a contratação de
pessoas jurídicas.
Em agosto, primeiro mês em
que a verba foi paga, a Câmara
gastou, no total, R$ 339,1 mil
com os gabinetes dos 55 vereadores e das 13 lideranças de
bancada. Em setembro, o gasto
total foi de R$ 386,9 mil.
As maiores despesas continuaram sendo com correio,
gráfica e locação de veículos,
que consumiram, juntos, R$
234,2 mil, mais de 60% do total
da verba. Porém, foram os gastos com telefonia e contratação
de pessoas jurídicas que tiveram o maior crescimento em
setembro em relação a agosto,
conforme divulgou ontem a
Mesa da Câmara.
Com seus celulares, os vereadores gastaram, no total, R$ 5,3
mil em setembro contra R$ 1,9
mil de agosto. A despesa com
telefones fixos dos gabinetes
somaram R$ 6,8 mil contra R$
2,6 mil do mês anterior.
Já a contratação de pessoa
jurídica, uma despesa que praticamente não tem regra, pulou
de R$ 15,9 mil em agosto para
R$ 40,9 mil em setembro.
Com a verba destinada a pessoas jurídicas o vereador pode,
por exemplo, contratar mais
assessores para trabalhar em
seu gabinete, além dos 18 a que
ele já tem direito, e remunerá-los mediante a apresentação de
nota fiscal. Parte dos vereadores já fez isso logo no primeiro
mês de vigência da nova regra.
A verba de gabinete foi criada
em pacote de benesses aprovado pelos próprios vereadores
em maio que virou lei após o
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) se omitir ao não sancionar nem vetar o projeto.
Mais uma vez a Câmara Municipal impediu o acesso detalhado às prestações de contas
dos vereadores. A Folha vem
pedindo a relação das empresas que forneceram produtos e
serviços aos parlamentares e o
custo das contratações desde o
mês passado, mas a Câmara se
recusa a fornecer esses dados,
que são pagos com dinheiro
público.
A Folha enviou, no mês passado, um ofício com o pedido
dirigido ao presidente da Câmara, Antônio Carlos Rodrigues (PR). que respondeu, no
início de outubro, que não forneceria os dados. Para isso, alegou "resguardo das garantias
de intimidade e privacidade" e
anexou, em sua resposta, pareceres jurídicos de advogados da
própria Câmara.
(ES)
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