Vigilância constatou falhas em manipulação de alimentos em 31% das casas visitadas

Churrascarias (19%), pastelarias (14%) e padarias (13%) vêm a seguir; foram visitados em 2005 e 2006 467 estabelecimentos

DA REPORTAGEM LOCAL

As pizzarias lideram o ranking dos estabelecimentos com mais irregularidades entre os que vendem comida no Estado de São Paulo. Foi o que concluiu um estudo da Secretaria da Saúde do Estado, que encontrou problemas relacionados à manipulação de alimentos em 31% das pizzarias visitadas por equipas da Vigilância Sanitária.
A higiene do pizzaiolo e de sua vestimenta e a forma como os alimentos ficam expostos fora da geladeira foram apontadas como as principais irregularidades. Após as pizzarias, tiveram problemas 19% das churrascarias, 14% das pastelarias e 13% das padarias.
A pesquisa visitou 467 estabelecimentos comerciais no Estado em 2005 e 2006. Os dados foram publicados ontem pela secretaria como uma espécie de "relatório retrospectivo" do último programa de análise fiscal de alimentos.
Segundo Maria Cristina Megid, diretora do CVS (Centro de Vigilância Sanitária), o consumidor deve estar atento à higiene do local e do pizzaiolo e à presença de alimentos em grande quantidade fora da geladeira. "Isso propicia a presença de bactérias que causam infecções e doenças diarréias", diz.
Entre os órgãos com irregularidades, dependendo da gravidade, houve notificação, autuação ou interdição. Alguns se adequaram -os dados não foram fornecidos pela secretaria.
Maria Cristina afirma que, nos locais irregulares, é comum o pizzaiolo usar roupas sujas e não trazer itens obrigatórios, como luvas, máscara ou gorro. Alguns usam acessórios como anéis. ""É comum ver bacias cheias de rodelas de tomate que ficarão ali bastante tempo. Deve estar fora da geladeira apenas o que usa no momento ou naquela hora."
O fato de as pizzarias lidarem basicamente com a manipulação de alimentos, diferentemente de outros estabelecimentos que vendem outros produtos, como enlatados, ajuda a colocá-las na liderança do ranking, segundo o CVS.
Para Elídio Biazini, presidente da Associação Pizzarias Unidas do Estado, que tem 33 associadas, "infelizmente esse dado é uma realidade". Ele aponta problemas no setor como a existência de muitos estabelecimentos irregulares, sem CNPJ e que não se dispõem a seguir os "processos" para oferecer um serviço mais limpo.
Ele afirma, porém, que os dados não devem impedir as pessoas de freqüentarem pizzarias, pois há muitas casas que realizam trabalho de qualidade. "Ela deve observar as condições de higiene e visitar o local antes de pedir entregas."


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