São Paulo, Quinta-feira, 25 de Novembro de 1999


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CARAVANA
Moradores não querem unidade em área turística da cidade
Covas é vaiado em protesto contra Febem no Guarujá

ALENCAR IZIDORO
da Reportagem Local

Um protesto contra a instalação de uma unidade da Febem no Guarujá (litoral de São Paulo) terminou em tumulto ontem à tarde no auditório do Palácio dos Bandeirantes.
Cerca de 400 pessoas foram recebidas pelo governador Mário Covas, que chegou a falar durante cinco minutos, mas interrompeu seu discurso depois de se irritar com a intervenção de um manifestante. Covas saiu do auditório sendo xingado.
O ato foi organizado por comerciantes, vereadores e lideranças de bairro da cidade, que vieram a São Paulo em dez ônibus.
A principal reivindicação era que o governador desistisse de instalar uma unidade da Febem no Instituto Santa Emília, situado em uma zona turística e comercial. Alguns líderes admitiam a construção da unidade em um terreno da prefeitura, às margens da rodovia Piaçaguera-Guarujá.
Depois que os manifestantes expuseram o pedido, Covas começou um discurso em que criticava a resistência dos municípios paulistas em aceitar a Febem.
"Todo mundo quer resolver o problema pondo a Febem na terra dos outros. Ninguém quer ver a Febem na sua terra", afirmou.
Ele falava sobre os benefícios que Guarujá recebeu em seu governo quando foi interrompido pelo professor Luís Carlos Romazzini, que participava do ato.
"Vossa excelência está divagando e jogando com sentimentalismo", disse Romazzini. Irritado com a afirmação, Covas disse que se retiraria do auditório. "Tudo bem, se isso foi mera divagação, eu vou parar de divagar."
Antes de sair do local, o governador passou no meio dos manifestantes, sendo vaiado e xingado. Ele só deixou o auditório após discutir com alguns deles.
Depois do tumulto, Covas disse não ter sido agredido. Ele classificou o incidente como "desnecessário." O governador disse que vai estudar a proposta dos manifestantes, mas que ainda não tem motivos para mudar de idéia.


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