|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARAVANA
Moradores não querem unidade em área turística da cidade
Covas é vaiado em protesto contra Febem no Guarujá
ALENCAR IZIDORO
da Reportagem Local
Um protesto contra a instalação de
uma unidade da Febem no Guarujá (litoral de São Paulo)
terminou em tumulto ontem à tarde no auditório
do Palácio dos Bandeirantes.
Cerca de 400 pessoas foram recebidas pelo governador Mário
Covas, que chegou a falar durante
cinco minutos, mas interrompeu
seu discurso depois de se irritar
com a intervenção de um manifestante. Covas saiu do auditório
sendo xingado.
O ato foi organizado por comerciantes, vereadores e lideranças
de bairro da cidade, que vieram a
São Paulo em dez ônibus.
A principal reivindicação era
que o governador desistisse de
instalar uma unidade da Febem
no Instituto Santa Emília, situado
em uma zona turística e comercial. Alguns líderes admitiam a
construção da unidade em um
terreno da prefeitura, às margens
da rodovia Piaçaguera-Guarujá.
Depois que os manifestantes expuseram o pedido, Covas começou um discurso em que criticava
a resistência dos municípios paulistas em aceitar a Febem.
"Todo mundo quer resolver o
problema pondo a Febem na terra
dos outros. Ninguém quer ver a
Febem na sua terra", afirmou.
Ele falava sobre os benefícios
que Guarujá recebeu em seu governo quando foi interrompido
pelo professor Luís Carlos Romazzini, que participava do ato.
"Vossa excelência está divagando e jogando com sentimentalismo", disse Romazzini. Irritado
com a afirmação, Covas disse que
se retiraria do auditório. "Tudo
bem, se isso foi mera divagação,
eu vou parar de divagar."
Antes de sair do local, o governador passou no meio dos manifestantes, sendo vaiado e xingado.
Ele só deixou o auditório após discutir com alguns deles.
Depois do tumulto, Covas disse
não ter sido agredido. Ele classificou o incidente como "desnecessário." O governador disse que vai
estudar a proposta dos manifestantes, mas que ainda não tem
motivos para mudar de idéia.
Texto Anterior: Inculta & bela - Pasquale Cipro Neto: Sem vírgula é mais caro Próximo Texto: Governo manda reincidentes para a cadeia Índice
|