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Vendedor morre ao ser espancado
DO "AGORA"
O vendedor ambulante Geraldo
Alves Dantas, 41, morreu após ser
agredido com murros, em frente
ao restaurante Senzala Bar &
Grill, no Alto de Pinheiros (zona
oeste), por Evair Beltrame, 46, segurança do estabelecimento, às
17h de anteontem. Dantas vendia
balas e cuidava de carros, acompanhado por três filhos, no local.
De acordo com a polícia, tudo
começou com uma briga entre
Dantas e o jardineiro Dionísio
Santos Rocha, 39. Rocha contou
que havia comprado uma garrafa
de refrigerante, e Dantas, que estaria alcoolizado, exigiu que ele
comprasse também uma garrafa
de bebida alcoólica.
"Mas eu não queria pinga. Aí ele
começou a brigar comigo", diz o
jardineiro, que trabalha para os
estabelecimentos da região.
A discussão chamou a atenção
dos clientes do restaurante. De
acordo com as testemunhas, o segurança resolveu apartar a briga e
mandou que o jardineiro e o ambulante se retirassem dali. Dantas
teria então se recusado a deixar o
local e xingado Beltrame.
Ainda segundo as testemunhas,
Beltrame teria dito "fale isso de
novo". O xingamento foi então
repetido pelo ambulante que, em
represália, levou uma sequência
de murros no estômago e tórax e
caiu, batendo a cabeça no chão.
Um taxista que não quis se identificar conta que os clientes do restaurante assistiram à agressão
sem fazer nada, "como se estivessem em uma arquibancada". Para
ele, o segurança "exagerou" ao esmurrar o vendedor.
Um representante do restaurante Senzala Bar & Grill que não
quis se identificar disse que o
ocorrido foi uma "fatalidade".
Filhos
A agressão ocorreu em frente
aos três filhos da vítima. Com 12,
13 e 14 anos, eles teriam gritado
para o segurança não bater em
seu pai. O mais velho, O.L., conta
que, depois que Dantas caiu e bateu a cabeça, Beltrame tentou reanimá-lo, sem sucesso, colocando
o ambulante sentado, encostado
em uma árvore. Dantas morreu
após ser atendido em um pronto-socorro na Lapa (zona oeste).
Beltrame foi preso pela Polícia
Militar e indiciado por lesão corporal dolosa seguida de morte pelo delegado José Eduardo Coutinho, do 14º DP (Pinheiros). Coutinho diz que o segurança deve ter
se irritado ao ser xingado por
Dantas, mas que ele não tinha a
intenção de matá-lo. Segundo o
delegado, o segurança pode pegar
de quatro a 12 anos de prisão.
Dantas tinha oito filhos. O., o segundo mais velho, diz que o irmão maior está viajando e que caberá a ele tomar conta da família.
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