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São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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SAÚDE

Unidade neonatal da Santa Casa de Uruguaiana também foi interditada; investiga-se a possibilidade de surto de infecção hospitalar

Após morte de bebês, UTI é fechada no RS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul investiga a possibilidade de haver um surto de infecção hospitalar em Uruguaiana (RS). O alarme foi dado a partir da morte de oito recém-nascidos na Santa Casa de Caridade do município, que faz fronteira com a Argentina. As mortes ocorreram nos últimos 30 dias.
A UTI pediátrica e a unidade neonatal foram interditadas. Já se sabe que pelo menos três mortes foram causadas pela bactéria Klebsiella -nas três situações, constatou-se a infecção generalizada dos pacientes.
Outras duas crianças estão sendo tratadas em razão da mesma bactéria. A Secretaria da Saúde recolheu amostras de materiais utilizados no hospital para identificar a real causa das mortes.
Em um primeiro momento, a bactéria Klebsiella provoca infecções localizadas, como a respiratória. O germe vive em ambiente úmido, como aparelhos de ar-condicionado. ""É comum haver infecção hospitalar em hospitais. O que preocupa mais é a possibilidade de haver um surto, o que não é comum", afirmou o diretor do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Francisco Paz.
As primeiras medidas tomadas foram desinfetar os equipamentos e reestruturar a UTI, além de interditar a UTI pediátrica e a unidade neonatal -as unidades só serão reabertas após vistoria.
As crianças e as parturientes de risco estão sendo levadas desde sexta para UTIs de Bagé, Pelotas, Rio Grande e Cachoeira do Sul. A UTI de Bagé é a que fica mais próxima -a 410 km de Uruguaiana.

Outro lado
A Agência Folha tentou durante todo o dia de ontem falar com o administrador da Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, José Antônio Fagundes. A resposta da secretária era de que ele não estava no hospital e que ligaria de volta, o que não ocorreu até o fechamento desta edição.

Londrina
As UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e UCI (Unidade de Cuidados Intermediários) neonatais do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (PR) continuam interditadas por contaminação por bactérias.
Fechadas desde o dia 17, as duas unidades, no entanto, abrigam 16 bebês, sendo que seis deles estão colonizados -estágio anterior à contaminação- por bactérias. A direção do hospital espera a contratação de funcionários para a nova ala do hospital, que irá abrigar os bebês doentes. Só após a transferência dos pacientes é que o estabelecimento poderá fazer uma desinfeção das unidades.


Colaborou JOSÉ MASCHIO, da Agência Folha, em Londrina


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