DA REPORTAGEM LOCAL

Três meses após ser submetida a uma cirurgia fetal inédita na América Latina, a menina Raquel teve alta ontem do Hospital São Paulo, ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), sem apresentar sequelas da má-formação que a levou a ser operada na 28ª semana de gestação.
O bebê tinha meningomielocele (defeito no fechamento da coluna vertebral). Em 24 de agosto, os médicos fizeram um corte na barriga da mãe, a dona-de-casa Ednei de Jesus Santos, 26, retiraram o líquido amniótico, operaram o bebê, devolveram o líquido e fecharam novamente o útero.
Raquel nasceu prematuramente no dia 4 de setembro, com 1,385 kg. Ontem, ela deixou o hospital com 3 kg e, segundo a médica Analise Riedel Abraão, com quadro clínico normal, sem nenhuma sequela neurológica. "Ela só está usando oxigênio devido à prematuridade", afirma.
Sem a cirurgia, Raquel tinha 90% de chances de desenvolver hidroencefalia (acúmulo de água no cérebro), que leva a problemas motores e cognitivos. "É quase um milagre ver minha filha curada", afirma Ednei, que tem outros dois filhos, de 8 e 11 anos.
(CLÁUDIA COLLUCCI)


Texto Anterior: Saúde: Após morte de bebês, UTI é fechada no RS
Próximo Texto: Rio: Garotinho quer agilizar processo de punição de policiais corruptos
Índice