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ESPÍRITO SANTO
Para secretário, há "provas" do envolvimento de criminosos em atentados
Tráfico atacou ônibus, diz governo
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA
O secretário da Segurança do
Espírito Santo, Rodney Rocha
Miranda, disse ontem que o governo encontrou "provas" que reforçam a idéia inicial de que os
atentados contra ônibus na região
de Vitória foram motivados pela
repressão ao tráfico de drogas.
De acordo com o secretário, os
ataques teriam sido comandados
de dentro de presídios, por traficantes, que teriam utilizado telefones celulares.
Os atentados deixaram dez ônibus incendiados entre a madrugada da última sexta-feira e a noite de domingo na capital e na região metropolitana.
Ontem, a Polícia Militar fez uma
operação pente-fino nos presídios
em busca de provas que pudessem ajudar nas investigações.
Foram apreendidos dez celulares e quatro chips de operação de
aparelhos. Além dos aparelhos,
na Casa de Custódia de Vila Velha
(região metropolitana) foi encontrada uma agenda com diversos
números de celulares.
A Folha apurou que, na agenda,
foram identificados números de
algumas das 12 pessoas que já foram acusadas de participar dos
atentados. Dessas, oito já estão
detidas e quatro têm mandado de
prisão emitido pela Justiça. A Secretaria da Segurança não informou os nomes dos presos ou dos
traficantes que teriam comandado os ataques para não dificultar o
andamento das investigações.
Fuga
De acordo com o secretário Rocha Miranda, os atentados foram
provocados para "desestabilizar o
sistema de segurança do Estado".
Uma fuga de presos do presídio
de Linhares e da Casa de Custódia
de Vila Velha estava sendo planejada. Em Linhares, foram encontradas duas bombas de fabricação
caseira, além de oito cordas e diversas armas artesanais.
Na Casa de Custódia de Vila Velha, também foi descoberto um
túnel em fase de construção pelos
presos. As visitas e a entrada de
material para os detentos foram
suspensas por sete dias.
"As investigações agora também tomarão o rumo de determinar se houve facilitação de policiais de dentro dos presídios para
que essa comunicação [ordem de
incendiar os ônibus] se estabelecesse", disse o comandante-geral
da Polícia Militar, coronel Luis
Carlos Giubert.
Exército
Os 440 soldados do Exército que
foram enviados para Vitória continuarão na cidade "por medida
de prevenção", segundo o secretário da Segurança.
O efetivo militar havia sido pedido pelo governador Paulo Hartung (sem partido) aos ministérios da Justiça e da Defesa no domingo. Ontem, Hartung esteve
reunido com os ministros Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) e José
Alencar (Defesa) para avaliar a situação de segurança da capital do
Estado.
A medida de redução de 70% na
frota nas linhas que foram atacadas, a partir das 20h, será mantida
por mais dois dias pelo governo
do Estado. As aulas na rede estadual de ensino também permanecerão suspensas nesta semana no
período noturno.
Os atentados, que ocorreram
depois das 22h, não deixaram vítimas. Os dez ônibus foram invadidos e roubados. Motoristas, cobradores e passageiros foram retirados dos veículos antes de eles
serem incendiados.
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