São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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"Fomos atacados primeiro", dizem PMs

Segundo versão policial, mortes aconteceram quando eles revidaram ataques; empresário afirma que não acobertou policiais

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos depoimentos que prestaram à Polícia Civil e à Justiça Militar, o 2º Tenente Francisco Carlos Laroca Júnior, Renato Aparecido Russo, Alexandre de Lima Costa e Marco Antônio Pinheiro contaram sua versão sobre o crime: ficaram sabendo pelo rádio do seqüestro contra o dono do Audi, encontraram o veículo, o perseguiram e, quando tentavam prender os criminosos, foram atacados por eles e, no revide, os mataram.
O empresário Rui Rodrigues da Silva disse, na quarta, antes de prestar o quinto depoimento à Corregedoria, que a versão dos policiais sobre o seqüestro que sofrera é verdadeira e que nunca os acobertaria num crime. "Posso ter sido vítima justamente de quem achava que estava me protegendo. Nunca tinha visto esses PMs da Rota e não os ajudaria num crime. Também sou pai e não quero isso para o filho de ninguém."
A Corregedoria da PM informou ontem que os policiais, dentro da apuração sobre a possível fraude para forjar a "resistência seguida de morte" contra Jefferson Morgado Britto e José Feliz Ramalho, foram presos durante dois dias, mas hoje trabalham normalmente.
De acordo com o capitão Marcelino Fernandes, nos próximos dias a investigação sobre o caso será concluída e todos os indícios serão enviados para o promotor de Justiça Marcelo Alexandre de Oliveira, que analisará um possível pedido de prisão dos policiais e até do empresário Rui Rodrigues da Silva, suspeito de acobertá-los.
Na quinta-feira, a Folha procurou os quatro PMs na sede do Comando de Policiamento de Choque. O pedido de entrevista com os suspeitos foi feito ao tenente-coronel Almir Ribeiro, que havia sido designado pelo coronel Joviano Conceição Lima, chefe do destacamento militar, para atender a reportagem na obtenção da versão dos envolvidos.
Segundo o coronel Joviano, nenhum dos quatro foi autorizado a se manifestar sobre as mortes em Guarulhos e ele não poderia falar por impedimentos hierárquicos. (AC)


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