São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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PMs também são investigados por ação que envolveu juízes

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a suspeita de que os quatro PMs da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) mataram dois homens após simular um tiroteio, durante a primeira onda de ataques do PCC, em maio, outros casos de "resistência seguida de morte" envolvendo essa tropa da corporação também são investigados hoje pela Corregedoria.
Em um dos casos, ocorrido em 11 de agosto, PMs da Rota são suspeitos de simular uma "resistência seguida de morte" contra Getúlio Arakaki, que, segundo a versão da polícia, estava em uma picape roubada, armado com um fuzil, e se preparava para matar dois juízes de direito que moram em Osasco (Grande São Paulo).
A Corregedoria da PM investiga se o dono da picape em que Arakaki estaria mentiu ao dizer que seu carro foi roubado. A suposta vítima teria dado queixa para ajudar um dos homens da Rota, que seria seu amigo.
A Corregedoria ainda investiga a hipótese de que a carta com os endereços dos juízes, também supostamente apreendida com Arakaki, dentro da picape, e que teria sido enviada a ele por integrantes do PCC, foi escrita por um PM que trabalha no Copom (Centro de Operações da PM).
Esse mesmo PM do Copom suspeito de ter redigido o documento é irmão de um dos policiais da Rota envolvidos na morte e que seria dono do fuzil encontrado com a vítima. O policial, segundo apura a Corregedoria, teria usado a base de dados do Copom para conseguir os endereços dos magistrados.
Um outro caso investigado pela Corregedoria envolveu, no dia 15 de maio, um ataque a tiros contra a base da Polícia Rodoviária Federal localizada na altura do km 285 da rodovia Régis Bittencourt, em Itapecerica da Serra (Grande SP).
A investigação da Corregedoria tenta descobrir se é verdadeira a versão dos PMs da Rota que teriam perseguido por seis quilômetros o Mercedes Classe A no qual estariam os homens que foram acusados de atirar na base.
As informações obtidas pelo Serviço Reservado da PM apontam que os ocupantes do carro eram os próprios policiais da Rota, que estariam à paisana e já com os três supostos atiradores presos ou até mortos. Entre os dias 12 e 19 de maio, 92 pessoas foram mortas supostamente por cometer ataques em nome do PCC.
Outros dois casos com o mesmo modo de atuação dos policiais, em que as "vítimas" -provavelmente ligadas aos PMs da Rota ou de outros batalhões da corporação- alegam ter tido seus carros roubados por ladrões que os usariam para ataques em nome da facção criminosa PCC também são investigados atualmente.
Um deles acabou com a morte de dois homens em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo). No outro, um PM, que estaria à paisana, teria simulado um ataque a uma base do Corpo de Bombeiros e acabou levando um tiro no braço. A Corregedoria quer identificá-lo. (AC)


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