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PMs também são investigados por ação que envolveu juízes
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a suspeita de que os
quatro PMs da Rota (Rondas
Ostensivas Tobias de Aguiar)
mataram dois homens após simular um tiroteio, durante a
primeira onda de ataques do
PCC, em maio, outros casos de
"resistência seguida de morte"
envolvendo essa tropa da corporação também são investigados hoje pela Corregedoria.
Em um dos casos, ocorrido
em 11 de agosto, PMs da Rota
são suspeitos de simular uma
"resistência seguida de morte"
contra Getúlio Arakaki, que, segundo a versão da polícia, estava em uma picape roubada, armado com um fuzil, e se preparava para matar dois juízes de
direito que moram em Osasco
(Grande São Paulo).
A Corregedoria da PM investiga se o dono da picape em que
Arakaki estaria mentiu ao dizer
que seu carro foi roubado. A suposta vítima teria dado queixa
para ajudar um dos homens da
Rota, que seria seu amigo.
A Corregedoria ainda investiga a hipótese de que a carta
com os endereços dos juízes,
também supostamente
apreendida com Arakaki, dentro da picape, e que teria sido
enviada a ele por integrantes do
PCC, foi escrita por um PM que
trabalha no Copom (Centro de
Operações da PM).
Esse mesmo PM do Copom
suspeito de ter redigido o documento é irmão de um dos policiais da Rota envolvidos na
morte e que seria dono do fuzil
encontrado com a vítima. O policial, segundo apura a Corregedoria, teria usado a base de dados do Copom para conseguir
os endereços dos magistrados.
Um outro caso investigado
pela Corregedoria envolveu, no
dia 15 de maio, um ataque a tiros contra a base da Polícia Rodoviária Federal localizada na
altura do km 285 da rodovia
Régis Bittencourt, em Itapecerica da Serra (Grande SP).
A investigação da Corregedoria tenta descobrir se é verdadeira a versão dos PMs da Rota
que teriam perseguido por seis
quilômetros o Mercedes Classe
A no qual estariam os homens
que foram acusados de atirar
na base.
As informações obtidas pelo
Serviço Reservado da PM
apontam que os ocupantes do
carro eram os próprios policiais
da Rota, que estariam à paisana
e já com os três supostos atiradores presos ou até mortos. Entre os dias 12 e 19 de maio, 92
pessoas foram mortas supostamente por cometer ataques em
nome do PCC.
Outros dois casos com o mesmo modo de atuação dos policiais, em que as "vítimas"
-provavelmente ligadas aos
PMs da Rota ou de outros batalhões da corporação- alegam
ter tido seus carros roubados
por ladrões que os usariam para ataques em nome da facção
criminosa PCC também são investigados atualmente.
Um deles acabou com a morte de dois homens em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo).
No outro, um PM, que estaria à
paisana, teria simulado um ataque a uma base do Corpo de
Bombeiros e acabou levando
um tiro no braço. A Corregedoria quer identificá-lo.
(AC)
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