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Migração de caminhoneiros e bóias-frias pode ser causa de surto de sarampo na BA
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
A intensa migração de caminhoneiros e bóias-frias para
João Dourado (457 km de Salvador) é uma das possíveis causas para o surto de sarampo no
município baiano.
A hipótese foi levantada ontem pelo Ministério da Saúde e
pela Secretaria da Saúde da Bahia. Segundo o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Edgar Cruzoé, a doença pode ter sido trazida de fora, em
razão dessa movimentação.
"Essas pessoas trabalham na
agricultura, vão e voltam. Outras estão sempre na estrada."
Além disso, disse Cruzoé, a
população de João Dourado está subestimada pelo IBGE. Há
18 mil habitantes na cidade,
conforme o instituto. Ele estima, porém, que existam 25 mil
pessoas no município. "Isso pode furar a previsão de cobertura vacinal da cidade." A secretaria havia divulgado que ela estava acima de 93%.
A preocupação, segundo ele,
ainda é descobrir o caso índice
(que deu início à transmissão
da doença), já que o Brasil não
registra um caso autóctone
(contraído no país) desde 2001.
Os órgãos não descartam a
possibilidade de os doentes terem tido contato com um estrangeiro, dada a proximidade
com a Chapada Diamantina, local de turismo internacional.
Mais casos suspeitos
Ontem, o número de casos
suspeitos aumentou. São agora
21. Uma criança de um ano,
uma de nove anos e um homem
de 45 anos também estão sob
investigação. Dois casos já foram confirmados por exames:
uma criança de nove anos e em
um jovem de 18 anos.
Os órgãos de saúde ampliaram a área de controle para o
município de Irecê (471 km da
capital), cidade-pólo da região.
"É o polarizador da região. Por
isso, estamos fazendo uma busca ativa na cidade. Até agora
não houve nenhum caso suspeito detectado. O surto deve
ficar restrito a João Dourado
mesmo", afirma o diretor da Vigilância Epidemiológica.
A última epidemia da doença
ocorreu em 1997, quando 53
mil brasileiros contraíram a infecção. A última morte por sarampo foi registrada em 1999.
Em 2005, foram confirmados
seis casos importados da doença, trazida das Ilhas Maldivas
pelo surfista Fábio Gouveia.
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