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ARTIGO
Parceiros na revitalização
MANUELITO P. MAGALHÃES
JÚNIOR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Há, sempre, grande interesse
em reordenar áreas subutilizadas, direcionando-as para habitação de interesse social, implantação de equipamentos urbanos e de lazer ou para outros
projetos estratégicos da cidade.
O grande desafio é que, regra
geral, são áreas privadas.
Portanto, esta reordenação
depende muito mais do interesse e concordância dos proprietários, do que efetivamente
de ações por parte do Poder
Público.
É claro, porém, que o Poder
Público pode (e deve) ter uma
ação indutora e estimuladora
da reordenação -neste sentido, por exemplo, tramita na Câmara Municipal, projeto de lei
que regulamenta a edificação
compulsória, embora este seja
um caminho operacionalmente longo.
Outro aspecto a ser observado diz respeito às eventuais características ambientais de
áreas subutilizadas, como a
permeabilidade e a presença de
vegetação significativa. Nestes
casos, o melhor é buscar preservar estas características, importantes para a cidade. Isso
pode ser feito por meio da
transformação destas áreas em
parques e áreas de lazer. A novidade, prevista na revisão do
Plano Diretor (PDE), é a possibilidade de se manter a área
com estas características, mediante compensação financeira
pelos "serviços ambientais"
prestados à sociedade.
Infelizmente, interesses contrariados suspenderam a revisão da legislação sobre grandes
glebas, que permitiria "abrir"
para a cidade até 40% da área
destas glebas, destinadas à preservação ambiental, ao sistema
viário e à construção de creches, escolas e unidades de
saúde.
A proposta de revisão do
PDE apresenta também uma
experiência internacional de
recuperação de áreas degradadas, onde os proprietários de
imóveis dessas áreas tornam-se
parceiros no projeto de revitalização, numa espécie de Urbanização Consorciada, e a própria vizinhança se torna interessada na recuperação da área,
por conta da valorização de
seus imóveis. Com o nome provisório de Reajuste Fundiário,
pois deriva do inglês "Land
Reajustment", é uma idéia boa
e equilibrada, que pode contribuir muito para que São Paulo
avance no sentido de legar a
seus moradores uma melhor
qualidade de vida.
MANUELITO P. MAGALHÃES JÚNIOR , 40, economista, é secretário de Planejamento da cidade
de São Paulo
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