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LUCIA VALLE FIGUEIREDO COLLARILE
(1935-2009)
Ela se orgulhava das togas de magistrada e professora
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
As duas togas enterradas
anteontem em SP com Lucia
Valle Figueiredo Collarile representam a realização de
seus dois maiores sonhos de
vida: ser uma grande magistrada e professora idem.
Nascida em Recife (PE) e filha de um advogado, ela veio
ainda menina a São Paulo.
Aqui, estudou direito na USP.
Logo após se formar em
1957, trabalhou com Esther
de Figueiredo Ferraz, que seria, nos anos 80, a primeira
ministra mulher do país, ao
assumir a pasta da Educação.
Depois de se casar com o
advogado com quem teve
seus quatro filhos, Lucia ficou
um tempo sem trabalhar. Então, prestou exame e se tornou procuradora da Prefeitura de SP. Por um tempo, foi
ainda assessora do Tribunal
de Contas do Município.
Em 1982, passou em primeiro lugar no concurso para
a Justiça Federal. Juíza com
mestrado e doutorado pela
PUC, foi também professora
titular de direito administrativo e livre-docente, desde
1985, da mesma universidade.
Ultimamente, aposentada
como desembargadora, prestava consultoria externa e dava aulas para mestrandos.
Autora de mais de dez livros sobre direito, como conta o filho Marcelo -que é procurador do Estado-, Lucia foi
uma pessoa simples, humilde
e que nunca usou os cargos
em prol de si mesma. Também era muito autossuficiente e independente.
Viúva de um segundo casamento com um psicanalista,
ela morreu anteontem, aos
74, após parada cardíaca. Deixa quatro filhos e cinco netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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