|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Outras casas ainda estão em situação de risco
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As casas localizadas em
torno daquela que desabou
ontem pela manhã no Rio,
provocando a morte de quatro pessoas de uma mesma
família, são construções precárias de alvenaria e estão
em situação de risco. A localidade conhecida como Pedra do Sapo é uma das partes
mais íngremes do Morro da
Esperança.
Horas depois do acidente,
quando a chuva ainda atingia a região e os corpos das
vítimas eram velados na sede da associação de moradores, crianças e parentes vasculhavam os escombros em
busca de objetos pessoais
dos mortos. Apesar do risco
de um novo desabamento e
do forte cheiro de gás no local, não havia nenhum
membro da Defesa Civil ou
da PM para impedir que os
moradores caminhassem
nos escombros. Apenas uma
faixa amarela, ignorada por
todos, alertava que a área estava interditada.
Sobrinha de Teresa Teixeira -uma das vítimas-, Renata da Silva, 11, chorou
quando encontrou, em meio
à lama, um álbum de fotografias da família.
O corpo de Guilherme Teixeira, 4, foi retirado do lamaçal abraçado ao corpo da
mãe, provocando emoção
até mesmo nos bombeiros
que realizaram o resgate e
chegaram a chorar.
Duas casas situadas em
torno da que desabou foram
abandonadas pelos moradores e, de acordo com os
bombeiros, podem ruir a
qualquer momento.
Enquanto os moradores se
queixavam do descaso das
autoridades, representantes
do governo estadual e da
prefeitura empurravam um
para o outro a responsabilidade pelo atendimento.
Samuel Alves, representante do governo estadual
para a região, disse que a
prevenção a desabamentos é
atribuição da prefeitura. "Isso é trabalho para a Defesa
Civil Municipal, só que não
estamos encontrando ninguém deles para vir aqui. Se
eles se omitirem, mais uma
vez o governo do Estado vai
assumir uma responsabilidade que não é sua", disse.
O coordenador da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Romildo Jucá, negou que a prefeitura
estivesse se omitindo e disse
que, entre outras coisas, havia viabilizado documentos
para o enterro das vítimas.
Texto Anterior: Tragédia: Chuvas matam pelo menos 37 no Rio Próximo Texto: Violência: Menina de sete anos morre em comemoração do Atlético no PR Índice
|