São Paulo, terça-feira, 25 de dezembro de 2001

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Navio de carga traz clandestinos

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Africanos aproveitam o trânsito de navios de açúcar entre Lagos, principal porto da Nigéria, e Santos para imigrar clandestinamente para o Brasil, segundo avaliação do delegado Cássio Luiz Guimarães Nogueira, chefe local do Nepom (Núcleo de Polícia Marítima), da Polícia Federal.
A Nigéria é o segundo maior importador de açúcar brasileiro -o primeiro é a Rússia. Dados da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), indicam que, nos sete primeiros meses deste ano, 363,1 mil toneladas do produto tinham sido exportadas para o país africano, a maioria pelo porto de Santos. Gâmbia, Somália, Angola, Costa do Marfim, Gana e Tanzânia também importam açúcar do Brasil.
Segundo a delegacia local da Polícia Federal, 13 dos 25 clandestinos que desembarcaram em Santos neste ano são nigerianos. Oito deles chegaram em um único navio, o Faarabi (bandeira iraniana), procedente de Lagos, que atracou no final de outubro para embarcar 14 mil toneladas de açúcar e transportá-las para a Nigéria.
Em março, o navio Fratzis (bandeira de Malta) trouxe a bordo cinco africanos clandestinos (dois da Nigéria, dois de Serra Leoa e um da Libéria). O navio esteve em Santos para receber um carregamento de açúcar cujo destino era o porto de Lagos, na Nigéria.
Apelidados de "calhambeques dos mares", alguns navios de transporte de açúcar têm condições muito precárias, o que inclui uma fiscalização de bordo deficiente antes da partida e consequentes facilidades para ingresso dos clandestinos, segundo portuários e agenciadores marítimos consultados pela Agência Folha.
De acordo com o diretor do Departamento de Açúcar da Associação Comercial de Santos, Carlos Eduardo Bueno Magano, normalmente os navios de açúcar com destino à África levam o produto em sacos porque, em geral, os países do continente não têm usinas de beneficiamento para receber o produto a granel. (FS)


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