|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Navio de carga traz clandestinos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Africanos aproveitam o trânsito
de navios de açúcar entre Lagos,
principal porto da Nigéria, e Santos para imigrar clandestinamente para o Brasil, segundo avaliação
do delegado Cássio Luiz Guimarães Nogueira, chefe local do Nepom (Núcleo de Polícia Marítima), da Polícia Federal.
A Nigéria é o segundo maior
importador de açúcar brasileiro
-o primeiro é a Rússia. Dados da
Unica (União da Agroindústria
Canavieira de São Paulo), indicam que, nos sete primeiros meses deste ano, 363,1 mil toneladas
do produto tinham sido exportadas para o país africano, a maioria
pelo porto de Santos. Gâmbia, Somália, Angola, Costa do Marfim,
Gana e Tanzânia também importam açúcar do Brasil.
Segundo a delegacia local da Polícia Federal, 13 dos 25 clandestinos que desembarcaram em Santos neste ano são nigerianos. Oito
deles chegaram em um único navio, o Faarabi (bandeira iraniana),
procedente de Lagos, que atracou
no final de outubro para embarcar 14 mil toneladas de açúcar e
transportá-las para a Nigéria.
Em março, o navio Fratzis (bandeira de Malta) trouxe a bordo
cinco africanos clandestinos (dois
da Nigéria, dois de Serra Leoa e
um da Libéria). O navio esteve em
Santos para receber um carregamento de açúcar cujo destino era
o porto de Lagos, na Nigéria.
Apelidados de "calhambeques
dos mares", alguns navios de
transporte de açúcar têm condições muito precárias, o que inclui
uma fiscalização de bordo deficiente antes da partida e consequentes facilidades para ingresso
dos clandestinos, segundo portuários e agenciadores marítimos
consultados pela Agência Folha.
De acordo com o diretor do Departamento de Açúcar da Associação Comercial de Santos, Carlos Eduardo Bueno Magano, normalmente os navios de açúcar
com destino à África levam o produto em sacos porque, em geral,
os países do continente não têm
usinas de beneficiamento para receber o produto a granel.
(FS)
Texto Anterior: País arca com custos de repatriação Próximo Texto: Cubano ainda sonha com os EUA Índice
|