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Angolana veio encontrar o marido
DA AGÊNCIA FOLHA
Sem informações sobre o marido, a dona-de-casa Luzola Maria
Armando, 22, largou o emprego
em um salão de beleza de Angola,
em julho, e embarcou para o Brasil atrás dele. Trouxe apenas a filha, Ângela, então com três meses,
e a determinação para localizar
Patrício Zilah, 27, que havia fugido oito meses antes para escapar
de perseguições em seu país.
Ângela iniciou a procura pelos
albergues do Rio. Encontrou uma
colega angolana e seguiu para São
Paulo. Menos de duas semanas
depois, já estava com o marido.
"Ele trabalhava em um hotel
[em Angola" e foi confundido
com três hóspedes que pertenciam à Unita [União Nacional para a Independência Total de Angola, partido que faz oposição ao
regime angolano". Teve que fugir.
Pensaram que ele era cúmplice."
Instalados em uma casa no centro da cidade, Ângela e Patrício recebem uma ajuda mensal de dois
salários mínimos da Caritas (repasse da verba destinada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
"Meu marido veio para cá porque foi onde conseguiu passagem.
A única coisa que conhecia daqui
era a [novela" Mulheres de Areia.
Se um dia tiver dinheiro, vou para
Nova York," diz Ângela.
O sonho americano também
motivou o albanês Albet Cjeçi, 26,
a pagar US$ 12,5 mil por um passaporte italiano falso e uma passagem aérea que pensava ser para os
Estados Unidos. "Quando cheguei em Guarulhos, a polícia descobriu que estava com passaporte
falso e me levou para o Carandiru.
Fiquei dois meses e meio preso,
mas o juiz entendeu que errei para sobreviver e me liberou."
Cjeçi diz que passou a sofrer represálias após se tornar membro
de um partido que combate o regime socialista na Albânia.
No pavilhão 6 do presídio, onde
ficou, fez amizade com outro albanês. "A gente tentava ficar tranquilo em um canto. Meu amigo
[que também falsificou passaporte" foi condenado a dois anos."
(ADRIANA CHAVES)
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